terça-feira, 12 de maio de 2009

Hélio Santos contesta Serra

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Por: Redação - Fonte: Afropress - 7/5/2009

Salvador – Hélio Santos, o fundador e primeiro presidente do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de S. Paulo, e um dos líderes do Movimento Negro mais próximos ao ex-presidente Fernando Henrique e ao governador José Serra - ambos do PSDB - considerou infeliz as declarações de Serra em artigo publicado na sessão Tendências e Debates do Jornal Folha de S. Paulo, no dia 24 de abril passado, sob o título “Nenhum genocídio deve ser esquecido”.

À pretexto de lembrar a tragédia do nazismo contra os judeus e do genocídio contra os armênios pelos turcos, o governador tucano condenou os que “insistem em ressuscitar o conceito de raça e criar legislações baseadas na premissa de que elas merecem tratamento diferenciado pelo Estado”, afirmação vista como um recado contra a defesa das cotas e ações afirmativas para negros e indígenas.

“Dar "tratamento diferenciado" a grupos étnicos é uma especialidade antiga do Estado brasileiro. Assim se deu na escravidão e em todo o processo de imigração. Sabe-se hoje que os esquadrões da morte mataram mais negros no Brasil do que a polícia da África do Sul em pleno regime de apartheid”, reagiu Santos.

Para ele, “o governador está preocupado com o futuro, mas é fundamental não esquecer o presente. Há mais de 20 anos a Fundação Seade revela o tratamento discriminatório dado aos negros no mercado de trabalho em São Paulo”.

Segundo Santos, os que, como Serra “insistem na invisibilidade da questão étnico-racial desconhecem que ela está inercializada no DNA da nossa cultura de desenvolvimento, ocasionando o mais grave problema do país: a desigualdade, esta, sim, geradora permanente de ressentimentos e violência."

Além de presidente e fundador do Conselho, no Governo Montoro, Santos foi o coordenador do Grupo de Trabalho Interministerial da População Negra, no primeiro Governo de Fernando Henrique.

Fonte: Vi o Mundo

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