sábado, 9 de maio de 2009

A dura vida das domésticas dos ministros do TST

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por Leonardo Sakamoto

É direito de todo o trabalhador receber seu salário em moeda corrente.

Pode parecer desnecessário defender isso nos dias de hoje, mas em alguns locais do Brasil patrões ainda se aproveitam da fragilidade social de empregados pagando a eles na forma de produtos. Por exemplo, há depoimentos surreais que ouvimos da população em municípios da soja no Mato Grosso sobre empregadas domésticas que não vêem a cor do dinheiro ao trabalhar para proprietários rurais. Recebem um peixe congelado, um saco de feijão, produtos alimentícios como remuneração pelo trabalho.

A menos que déssemos um passo atrás e institucionalizar o escambo na sociedade, com a distribuidora de energia elétrica aceitando o tal do peixe congelado como pagamento, dando como troco um saco de farinha, isso significa trabalhar para comer literalmente. Em que o patrão pode inclusive ditar o quanto de tempo de serviço vai custar determinado produto.

Enquanto isso, a sétima turma de ministros do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que para as diaristas que trabalham até três dias por semana não há vínculo trabalhista. Só de seis dias para cima.

O país precisa mudar urgentemente a legislação para garantir isonomia de direitos a essa categoria historicamente menosprezada, tratada muitas vezes como uma casta de serviçais.

Deve ser dura a vida dos domésticos e domésticas dos ministros do TST…

Fonte: Blog do Sakamoto

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Um comentário:

Anônimo disse...

Isso é uma vergonha! Se formos averiguar encontraremos fazendeiro no MT que pegam essas coitadas que não tem onde cair mortas e "adotam" como filhas, mas não passam de empregadas domesticas em regime de escravidão, não veem a cor do dinheiro e ainda são obrigadas a serem agradecidas pelo maravilhoso gesto de terem sido adotadas. Canalhas!