por Idelber Avelar
Morreu neste sábado, aos 69 anos de idade, um dos maiores defensores dos direitos das minorias em toda a América Latina. Foi, com certeza, o mais valente batalhador pelos direitos de gays e lésbicas que já teve o México. Gilberto Rincón Gallardo foi dirigente do Partido Comunista Mexicano e do Partido Socialista Unificado do México. Em 1989, fundou o Partido da Revolução Democrática, com Cuauhtémoc Cárdenas. Foi candidato a presidente do México em 2000, com uma campanha que colocou no centro da discussão a discriminação por motivos de deficiência física ou de orientação sexual. Era o presidente do Conselho Nacional contra a Discriminação.
Foi preso político entre 1968 e 1971. Aliás, ostentava com orgulho um título sensacional, o de mexicano mais encarcerado da história: exatas 32 vezes ele foi preso, em todas elas por lutar pela democracia. Amado, reverenciado pelas comunidades gay e lésbica do México, ele se preparava para representar o país numa comissão das Nações Unidas encarregada de fiscalizar a aplicação das leis anti-discriminação. Era também conselheiro da UNICEF. Um de seus últimos artigos foi sobre a volta do racismo.
Vejo com muita tristeza a imprensa brasileira dedicar cadernos inteiros à criação e à exploração de um factóide, e nem uma única linha sobre a morte do Dr. Rincón Gallardo. O blog deixa aqui sua homenagem. Leitores gays, lésbicas: prestem hoje seu tributo a ele. O velho batalhou, em condições duríssimas, pelo seu direito de ir para a cama com quem bem entenderem.Fonte: O Biscoito Fino e a Massa
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