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Os principais jornais deram que, em reuniões no Palácio do Planalto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Felix, praticamente acusou Daniel Dantas de ter recrutado arapongas da Abin para grampear – e vazar – um telefonema entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM. O vazamento veio acompanhado da versão segundo a qual a Abin também interceptou conversas ao telefone da ministra do Gabinete Civil, Dilma Rousseff, e do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, entre diversos outros. No Valor, matéria assinada pelo repórter Juliano Basile abre com o seguinte prognóstico: ”A divulgação [do grampo] deverá aumentar o clima de animosidade entre a Corte [o Supremo] e a Polícia Federal e, com isso, favorecer o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.” Já na Folha, o relato da suspeita do general Felix – repassado pelo senador Demóstenes – desemboca na seguinte previsão: ”No fim da investigação vai aparecer muito jornalista que recebeu do Opportunity.” Vamos a ver, como dizia um famoso locutor esportivo dos velhos tempos, Raul Tabajara. Dantas pode ter sido – ou não – o mandante da bisbilhotagem. Mas é como raciocinam os italianos: si non è vero, è bene trovato. Pois, se fosse, faria sentido: grampeou-se o que se grampeou com a principal, ou única, intenção de divulgar um precioso produto do grampeamento. Precioso não pelo que foi dito, gravado e vazado; a conversa entre o juiz e o senador é apenas banal. Mas por quem foi escutado – a mais alta autoridade do Poder Judiciário – e por quem teria escutado: a Abin, o serviço de informação do governo. E a Abin, a sucessora do SNI da ditadura, tem fama na praça de ter gosto pela coisa – e não é de hoje que é alvo de denúncias contundentes de funcionar como um órgão para-policial, a serviço de interessados variados, a começar dos seus próprios. Pensar na história a partir do vazamento, portanto, talvez ajude o leitor a juntar pelo menos as peças essenciais do noticiário do dia – com muita matéria, muito retrospecto e muito bastidor do agito da véspera, no governo, no Supremo e no Senado. Abrindo o leque para a questão geral da farra da invasão de privacidade no Brasil – em que se encaixa este episódio escandaloso, ou melhor, provavelmente feito para escandalizar –, fique-se com a tirada do colunista da Folha, Jânio de Freitas. Partindo da constatação – ou alguém duvida que seja? – de que no Estado brasileiro “ninguém sabe quem foi e quem está sendo gravado”, ele o descreve como “um mundo sem olhos e com ouvidos demais". Fonte: Observatório da Imprensa :: |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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