quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O fator Carlinhos Cachoeira

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por Luis Nassif

Publiquei um comentário que, se estiver correto, abre novas linhas de investigação para esse suposto grampo feito pela ABIN (Agência Brasileira da Inteligência) no Ministro Gilmar Mendes e no senador Demóstenes Torres.

Veja bem, esse jogo em torno do suposto grampo envolve quatro personagens: o Ministro Gilmar Mendes, o senador Demóstenes Torres, os jornalistas Policarpo Jr (autor da matéria de Veja sobre o suposto grampo) e o jornalista Mino Pedrosa (autor da matéria da IstoÉ sobre o ex-agente da ABIN que supostamente teria grampeado políticos.

Dois dos personagens tem um conhecido em comum: o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

As ligações de Cachoeira com Pedrosa são conhecidas, conforme se poder conferir na matéria: “As Memórias Secretas de Mino Pedrosa” .

O repórter, em mais um intervalo de seu trabalho nas redações, foi procurado pelo empresário de loterias Carlinhos Cachoeira para assessorá-lo na criação publicitária de um laboratório de medicamentos genéricos de sua propriedade. Topou a parada. Tempos depois, o empresário confidenciou ao assessor que Waldomiro estaria comandando esquema de corrupção junto à multinacional Gtech (responsável pelas loterias do governo) e que teria uma fita em seu poder mostrando o sub-chefe em ação, (negociando contribuições para campanhas eleitorais em troca de favorecimentos). Mino, então, passou a informação pra frente. Seu colega, Mario Simas, de IstoÉ, então fez a reportagem denunciando Waldomiro, com as garantias de Cachoeira de que tinha provas do envolvimento do assessor do governo com a cobrança de propinas.


As ligações entre Cachoeira e Policarpo foram reveladas na CPI do Mensalão e reproduzidas no capítulo “O Araponga e o Repórter

Havia um antecedente nesse episódio, que foi o caso Valdomiro Diniz, a primeira trinca grave na imagem do governo Lula. Naquele episódio consolidaram-se relações e alianças entre um conjunto de personagens suspeitos: o bicheiro Carlinhos Cachoeira (que bancou a operação de grampo de Valdomiro), o araponga Jairo Martins (autor do grampo) e o jornalista Policarpo Jr (autor da reportagem).


Houve um erro aí. O autor da reportagem tinha sido Mino Pedrosa, na IstoÉ. Mas as ligações de Policarpo com Cachoeira e seus arapongas está bastante detalhada no capítulo, a partir dos depoimentos na CPI e à Polícia Federal.

Agora, foi colocado o seguinte comentário no Blog:

Por Maria Eugênia


Nassif, Demóstenes Torres deve explicações não só sobre a saraivada de tiros nno portão da casa dele que aqui em Goiás todos dizem que foi a mando dele mesmo para posar de vítima e conquistar votos. (todos sabemos como brasileiro adora uma vítima!...) Poisé, no final dos anos de 1990, até 2006 morei no Bairro Jundiaí em Anápolis-Go, por acaso, vizinho de Carlinhos Cachoeira, aquele bicheiro do caso Valdomiro Diniz. Vi muitas e muitas vezes o atual senador Demóstenes Torres sair da casa de Carlinhos Cachoeira camuflado por uma ampla capa preta (como a dos grandes magistrados do STF) e um chapéu de massa com abas grandes, preto também. É o caso de se indagar a essa figura controversa qual é a ligação dele com o tal bicheiro.


Não posso garantir se é verdade ou não. Mas vocês poderiam me ajudar. Lembro que Demóstenes é frequentador (até por profissão, antes de ser senador) desse submundo dos arapongas e policiais, assim como Policarpo e Mino, para seu trabalho jornalístico.

Se confirmado, três dos quatro personagens envolvidos têm relação direta com um bicheiro especializado em grampear pessoas e com o submundo da espionagem.

Pode ser apenas coincidência. Mesmo assim, seria muita coincidência.

Até agora, aliás, não apareceu a tal gravação que serviu de motivo para Gilmar Mendes chamar o presidente "às falas".

Fonte: Blog do
Luis Nassif

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