:: Por Luciano Martins Costa | |
O caso do grampo telefônico que atingiu o presidente do Supremo Tribunal Federal aparece no noticiário de terça-feira (2/9) como o furacão Gustav: muito barulho para pouco vento. As edições de terça indicam que o afastamento temporário do diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda pode ter sido medida suficiente para desviar do Palácio do Planalto mais este vendaval, sem maiores conseqüências. Se, por um lado, alivia-se o risco de uma crise institucional, por outro lado também se abrem as janelas para nova acomodação que pode empurrar para adiante a solução do problema de origem. A indignação das autoridades atingidas pelos bisbilhoteiros foi devidamente registrada pela imprensa, mas a falta de indícios sobre a autoria do abuso multiplica o número de suspeitos e prejudica o foco do tiroteio. Os jornais tendem a apostar que os autores dos grampos ilegais são agentes da Abin, mas ninguém se arrisca a afirmar que eles estariam em missão oficial. Dose de culpa Na versão defendida pelo general Jorge Félix, chefe do Gabinete Institucional da Presidência da República, algum setor "degenerado" da Agência pode ter sido cooptado pelo banqueiro Daniel Dantas para gerar a crise e levar ao descrédito os sistemas judiciário e policial federais. O caso pode ficar sem solução por excesso de suspeitos. O Globo lembra reportagem publicada em julho passado, mostrando que em 2007 houve no Brasil 409 mil operações de escuta telefônica, segundo os registros das empresas de telefonia. A Polícia Federal só admitia, na época, ter patrocinado 48 mil dessas operações, todas com autorização da Justiça Federal. Por exclusão, o jornal conclui que 361 mil grampos foram autorizados por juízes estaduais, o que pode dar uma idéia de como a bisbilhotice anda solta. Pela lei, apenas juízes criminais podem autorizar a quebra do sigilo das comunicações, mas a realidade mostra que a escuta tem sido liberada até em causas cíveis, trabalhistas e nas varas de família. O que a imprensa ainda deixou de fora, provavelmente pela dificuldade de investigar, é o uso privado do grampo de telefones e da comunicação eletrônica. O caso que envolveu o banqueiro Daniel Dantas e seus oponentes na empresa Brasil Telecom mostra como o Brasil se transformou numa imensa fofoca. Mas a imprensa também tem sua dose de culpa, ao reproduzir indiscriminadamente informações colhidas pelos bisbilhoteiros e promover o jornalismo dos dossiês. Fonte: Observatório da Imprensa :: |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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