sábado, 25 de abril de 2009

Gripe suína: vacinas atuais não protegem

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Mapa com os casos registrados. Para saber mais sobre os casos, clique aqui (em ingles)


por Conceição Lemes

Desde essa sexta-feira, dia 24, a influenza suína, ou gripe suína, ganhou destaque no noticiário do mundo todo devido à ocorrência de casos humanos no México e nos Estados Unidos.

No Brasil, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) decretou alerta de emergência em saúde pública. Representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura se reunirão diariamente em Brasília para acompanhar a evolução epidemiológica da situação e indicar as medidas adequadas ao país.

“No Brasil, até o momento, não há evidências da circulação do vírus da influenza suína -- nem em humano nem em animais”, informa a SVS/MS

A influenza suína é uma doença respiratória causada pelo vírus tipo A que normalmente causa surtos de gripe entre os suínos. Em geral, esse vírus não infecta o homem. No entanto, existem registros de transmissão pontual do vírus para os seres humanos.

Autoridades sanitárias do México e dos Estados Unidos notificaram à Organização Mundial de Saúde (OMS) casos graves de pneumonia possivelmente associados ao surgimento de uma variante do vírus da influenza suína A/H1N1. Nos Estados Unidos, já são sete confirmados: cinco na Calfórnia (San Diego e Imperial) e dois no Texas (San Antonio). Todos tiveram síndrome gripal leve. Apenas um exigiu breve hospitalização. Nenhum óbito. Há mais nove casos suspeitos.

No México, o governo relatou à OMS no dia 23 de abril três eventos em locais distintos:
* Distrito Federal, mais de 854 casos de pneumonia, todos da capital; 59 doentes
morreram.
* San Luis Potosi, México central, 24 casos de influenza leve (gripe leve), com três mortes.
* Mexicali, próximo à fronteira com os Estados Unidos, quatro casos de influenza
leve, nenhum óbito.

Exames feitos no Canadá já confirmaram que, dos casos mexicanos, 18 eram mesmo gripe suína A/H1N1; em 12, os vírus são geneticamente idênticos aos da Califórnia. A maioria ocorreu em adultos jovens saudáveis.

MEDIDAS JÁ ADOTADAS NO BRASIL
Desde 2005, o Brasil conta com uma rede de vigilância capaz de monitorar a circulação das cepas de vírus respiratórios e, imediatamente, acionar “alarmes” para enfrentamento de emergências de saúde pública. As Coordenações Estaduais de Vigilância em Saúde já foram acionadas para intensificar o processo de monitoramento e detecção de casos suspeitos e comunicá-los, no ato, ao Ministério da Saúde. Também foi intensificado o monitoramento dos viajantes procedentes do México e dos Estados Unidos nos aeroportos brasileiros

“As vacinas atualmente disponíveis não oferecem proteção contra infecção deste vírus”, alerta o Ministério da Saúde. “Portanto, até o momento, não há indicação de uso da vacina contra influenza como medida de prevenção e controle da gripe suína”.

Por enquanto, as recomendações do Ministério da Saúde são estas:

* Passageiros que, nos últimos dez dias, chegaram do México e Estados Unidos e apresentem febre acima de 39 graus, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, nos músculos e nas articulações, devem procurar unidades de referência de atendimento na rede pública de saúde.

* Passageiros procedentes desses países que desembarcarem no Brasil já com esses sintomas, devem procurar o posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no aeroporto de desembarque.

* Consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas.

* É totalmente dispensável o uso de máscaras, como está acontecendo no México.

OMS ESCLARECE AS DÚVIDAS MAIS FREQUENTES
Preocupada com o pânico que a desinformação acarreta, a OMS divulgou hoje um boletim, esclarecendo as dúvidas mais freqüentes. As respostas abaixo são própria OMS.

O que é a gripe suína?
A gripe suína, ou influenza suína, é doença respiratória aguda altamente contagiosa freqüente em porcos, causada por um ou vários vírus A da gripe suína. A morbidade tende a ser alta e a mortalidade, baixa (1-4%). O vírus dissemina-se entre os porcos através de aerossóis e por contato direto e indireto; há registro de porcos portadores assintomáticos. Ocorre entre porcos ao longo de todo o ano, com maior incidência no outono e inverno e em zonas temperadas. Em muitos países, vacina-se rotineiramente os porcos contra a influenza suína.

Os vírus da influenza suína são mais comumente do subtipo H1N1, mas há outros subtipos também freqüentes em porcos (por exempplo, H1N2, H3N1, H3N2). Os porcos também podem ser infectados por vírus da gripe aviária e por vírus da influenza sazonal humana. Pensava-se que o vírus suíno H3N2 tivesse sido introduzido originalmente nos porcos por humanos.

Em alguns casos, os porcos podem ser infectados, ao mesmo tempo, por mais de um tipo de vírus, o que possibilita que os genes desses vírus se misturem. Daí poder resultar um vírus de influenza que contenha genes de várias origens – o chamado vírus recombinante. Embora os vírus da influenza suína sejam normalmente específicos e só infectem porcos, acontece às vezes de ultrapassarem a barreira da espécie e provocar doença em humanos.

Quais as implicações para a saúde humana?
Têm sido relatados ocasionalmente surtos e infecção esporádica de humanos pela gripe suína. Os sintomas clínicos genéricos são semelhantes ao da gripe sazonal, mas os relatos de apresentações clínicas variam muito, desde infecção assintomática até pneumonia severa, resultando em óbito. Uma vez que a apresentação clínica típica da infecção por gripe suína em humanos é muito parecida com a da influenza sazonal, a maioria dos casos foi detectada por acaso, na vigilância contra a influenza sazonal. Casos leves ou assintomáticos podem não ter sido identificados, motivo pelo qual não se conhece a real extensão da doença entre humanos.

Onde ocorreram casos da doença em humanos?
Desde em 2007, quando passou a haver uma regulamentação internacional, a OMS foi notificada da ocorrência de casos de gripe suína nos EUA e na Espanha.

Como ocorre a infecção em humanos?
As pessoas, quase sempre, são infectadas pelo contato com porcos. Mas em alguns casos não há histórico de contato nem com porcos nem com ambientes em que tenha havido porcos. Há alguns registros de transmissão da doença entre humanos, mas sempre limitada a contato muito próximo em grupos de convivência próxima.

É seguro comer porco e produtos de carne suína?
Sim. Não há registro de transmissão da gripe suína por ingestão de alimentos adequadamente manuseados e preparados com carne de porco ou outros produtos derivados de porcos. O vírus da gripe suína não resiste à cocção em temperaturas superiores a 70°C, como se recomenda para a preparação de carne de porco e outras carnes para alimentação humana.

Que países foram afetados por surtos da doença em porcos?
A gripe suína não é de notificação obrigatória para as autoridades internacionais de saúde animal. Por isso, não se conhece muito bem a distribuição internacional da doença. A gripe suína é considerada endêmica nos EUA. Sabe-se de surtos em porcos na América do Sul e do Norte, na Europa (incluindo Inglaterra, Suécia e Itália), na África (Quênia) e em áreas do Leste da Ásia, incluindo China e Japão.

Há vacina para proteger seres humanos contra a gripe suína?
Não. Os vírus da influenza modificam-se muito rapidamente e é muito importante que a vacina e o vírus circulante correspondam um ao outro para que a imunização seja eficaz. Essa é a razão pela qual a OMS tem de selecionar duas vezes por ano os vírus a serem incluídos na vacina contra a gripe sazonal. Uma vez para o inverno no Hemisfério Norte; outra para o inverno No hemisfério sul. A vacina atual contra a influenza produzida a partir das recomendações da OMS não contém o vírus da gripe suína.

Deve-se tomar antivirais para prevenir e tratar a infecção pelo vírus da gripe suína?
A informação disponível não é suficiente para que se recomende o uso de antivirais na prevenção e tratamento da infecção por vírus da influenza suína.

Fonte: Vi o Mundo - Blog da Saúde

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Um comentário:

Anônimo disse...

Conheço muitas pessoas que trabalham no setor hospitalar inclusive as de referencia da capital de S. Paulo e ABC Paulista, soube que há uma grande quantidade de casos de pessoas internadas e algumas morrendo e que o Ministerio da Saude está omitindo as informações reais. Para conhecimento e ciencia os casos mais graves estão entre gravidas e crianças menores de 5 anos. Muitas pessoas ainda não tomaram consciencia que esta enquanto as vacinas não forem efetivamente distribuidas no mundo, devemos estar atentos e nos prevenir o máximo que pudermos. Se estiver gripado ou resfriado fique de repouso pelo menos por 5 dias, em caso de gravidade no quadro procure urgente um hospital de referencia. Lembre-se no hospital se seu caso não for grave está correndo o risco de agravar seu quadro de saúde. Isto é sério!!! Quem puder ouvir que ouça.(Obs. ref.fontes: Hosp. Diadema, Mario Covas, Sta Catarina, H. C. e Emilio Ribas)