sábado, 25 de abril de 2009

Potência nuclear à beira do caos

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por redação Carta Capital

Na terça-feira 21 de abril o Taleban ocupou Buner, distrito de 650 mil habitantes a menos de 100 quilômetros de Islamabad, sem encontrar resistência militar. É mais de meio caminho andado entre a fronteira do Afeganistão e a capital do Paquistão. Os fundamentalistas aparentemente já controlam a maior parte da Província da Fronteira Noroeste e podem aparecer em breve nas colinas próximas à capital.

Em 12 de abril, o governo de Asif Ali Zardari, com aprovação do Parlamento, permitiu aos guerrilheiros impor a sharia ao Swat (distrito ao norte de Buner, cujos resorts de esqui foram outrora um dos principais centros do turismo no país) com a esperança de pacificá-los. A trégua foi criticada pela secretária de Estado, Hillary Clinton, que acusou Islamabad de “abdicar” do controle e de fato parece ter encorajado os militantes a avançar.

Tanto em Buner como em Swat, o Taleban criou postos de controle, patrulha as ruas, bane a música e o corte de barbas, adverte os moradores para não praticar atividades “anti-islâmicas” e obriga as mulheres a usar a burca. Saquearam agências de ONGs e do governo e apoderaram-se de seus veículos. Fecharam um santuário islâmico da seita sufi, que consideram herética, e queimaram as casas em torno de um santuário da minoria hindu.

Lisa Curtis, especialista no Sul da Ásia da conservadora Heritage Foundation, disse à Voz da América recear uma revolução islâmica nos próximos seis meses. Um risco muito sério para o Oriente Médio, a Índia e o mundo: apesar de mais pobre que o Irã e em grave crise financeira, o Paquistão tem mais que o dobro da sua população e armas nucleares reais.

Fonte: Carta Capital

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