por Luiz Carlos Azenha
Rafael Correa se reelegeu neste domingo, em primeiro turno, para mais quatro anos de mandato no Equador.
Mais uma clara demonstração de que as campanhas midiáticas não conseguem virar o jogo, ainda que sejam tocadas pelos mais importantes órgãos de informação de um país.
A mídia perdeu na Venezuela, perdeu na Bolívia e perdeu no Equador. É por isso que a direita chia e quer extirpar os vencedores em eleições limpas e democráticas. Democracia, sim, desde que vençam os candidatos dela. Em caso de derrota a direita da América Latina não tem qualquer escrúpulo em dar golpe, apelar para o tapetão ou pedir intervenção externa.
As vitórias eleitorais mais recentes de Chávez, Morales e Correa revelam que todos deram conta de satisfazer a uma parcela significativa do eleitorado. Todos conduziram campanhas extremamente polarizadas e organizaram, cada um à sua maneira, um sistema paralelo para dar a volta na mídia corporativa. Nisso, foram bem sucedidos.
No Brasil, onde os jornais gostam de definir os outros como "esquerdistas", ninguém é de direita. Já ouviram ou leram em algum jornal referência ao direitista Paulo Maluf? Mas está cada vez mais óbvio que existe uma articulação PSDB-DEM-Gilmar Mendes-Veja-Globo-Folha de S. Paulo trabalhando para 2010. O candidato é o "progressista" José Serra -- na definição do presidente Lula --, que na verdade é o candidato da direita brasileira. Da mesma direita que deu o golpe em 1964 e que, distante do poder, com certeza tentaria de novo.
O que foram a epidemia de febre amarela, o caos aéreo, o apagão elétrico e Dilma, a "terrorista", que não tentativas de promover a crise contínua, que acabará com o Brasil se José Serra não se eleger em 2010? No episódio da ministra, aliás, a mídia pode acabar se dando muito mal. É óbvio que Dilma terá grande apelo junto às eleitoras com o discurso de que poderá ser a primeira mulher a dirigir o Brasil. É só ouvir a conversa em uma rodinha de mulheres para se dar conta de que elas se entusiasmam com essa possibilidade. Daí a tentativa de carimbar Dilma como sucessora do diabo.
O problema da mídia brasileira é que Dilma terá pela frente quatro meses de tratamento. E pega mal atacar uma mulher que faz tratamento para evitar a volta de um câncer. O trio Globo-Veja-Folha de S. Paulo vai fazer de tudo para matar Dilma antecipadamente. Se ela der a volta por cima, como prevêem os médicos, vai consolidar junto às eleitoras a imagem de batalhadora que não desiste. As mulheres brasileiras sabem muito bem o que é isso. Vai ficar ruim para o José Serra.
Fonte: Vi o Mundo
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