Presidente do Ipea defende jornada de trabalho de 12h por semana
Por Redação [Quarta-Feira, 12 de Dezembro de 2007 às 13:05hs]
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, defendeu a adoção de jornada semanal de trabalho de três dias com expediente de quatro horas. Disse ainda que o Brasil deveria preparar seus cidadãos para começar a trabalhar depois dos 25 anos de idade.
Para Pochmann, o aumento da expectativa de vida no Brasil --que hoje é de 72,3 anos-- justifica a entrada tardia no mercado de trabalho. "Não há razão técnica para alguém começar a trabalhar no país antes dos 25 anos de idade. Especialmente porque estamos para entrar na fase em que a expectativa de vida ultrapassará os cem anos."
Seu argumento para reduzir a jornada é o acúmulo de capital pelo sistema financeiro internacional, que ele chamou de "produtividade imaterial". "Essa produtividade justifica a razão pela qual não há, do ponto de vista técnico, [motivo para] alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana."
A Constituição permite a livre negociação da jornada de trabalho, com limite máximo semanal de 44 horas. Na semana passada, centrais sindicais se reuniram com o presidente Lula para reivindicar redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução do salário.
"Pode ser estranho ouvir isso neste momento, ou talvez devessem ter sido mal compreendidos aqueles que, em 1850, justificavam o trabalho de oito horas por dia, começando a partir dos 15 anos, embora [naquela época] a indústria no mundo todo empregasse crianças de cinco, seis anos fazendo jornada de 16 horas diárias."
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