Faltou um detalhe "adolescente" na lista do Paulo Henrique Amorim | |
Assisti ao início do Jornal Nacional de ontem na padaria perto de casa. Dois blocos oficialistas, começando pelo crescimento do PIB. Um dos profissionais envolvidos na cobertura previa, durante o primeiro mandato de Lula, que a economia brasileira entraria em colapso e o dólar bateria em 3 reais. Como eu havia recém-chegado ao Brasil, fiquei esperando o dólar disparar. Perdi dinheiro. Isso dá a vocês uma idéia de como a preferência partidária cega as pessoas. Eu dizia que foram dois blocos oficialistas, como nos melhores tempos do regime militar. Apareceram dois ministros do Lula em uma só reportagem, a Marina Silva e o Celso Amorim. Isso depois de reportagens sobre o PIB e a pesquisa que mostra 65% de aprovação ao jeito Lula de governar. Porém, é bom lembrar que não estamos em período eleitoral. Sabemos da capacidade que a mídia corporativa, que promove interesses partidários e econômicos derrotados na eleição de 2006, tem de definir o que se costuma chamar de matriz de opinião. Dou um exemplo banal. O funcionário da padaria que ligou a TV no Jornal Nacional queria saber o resultado da votação da CPMF. Ele estava preocupado com o resultado da votação. Uma pessoa simples torcia pela derrubada do imposto do cheque. Eu também sou contra todos os impostos. Acho absurdo o IPTU paulistano e espero apoio de tucanos e democratas para reduzí-lo em 2008. Mas perguntei ao funcionário da padaria quanto ele pagava de CPMF por ano. Como não usa cheque, ele não paga CPMF diretamente. Quanto a Globo vai economizar em CPMF? Quanto o pessoal da FIESP vai deixar de pagar? Por que o rapaz da padaria passou a defender uma causa que diz respeito muito mais aos grandes pagadores, que estão faturando rios de dinheiro com o crescimento econômico, enquanto ele não tem aumento de salário? Simples: a campanha contra a CPMF foi conduzida de forma eficaz pelo partido da mídia. Qual foi a manchete do jornal Destak, distribuído de graça nas ruas de São Paulo, no dia que antecedeu a votação? "Famílias gastam mais com CPMF do que com arroz, feijão e leite". Quanto foi a arrecadação com a CPMF em 2007? Quarenta bilhões de reais. Quanto os brasileiros gastaram nos itens básicos? Gastos com arroz, feijão e leite: 25 bilhões de reais. Porém, vejam a maneira criativa com que um estudo da Federação de Comércio de São Paulo foi apresentado pelo jornal, que é lido por motoristas de táxi, passageiros de ônibus e metrô, já que é de grátis e diz atingir meio milhão de paulistanos por dia: "Os brasileiros gastam, por ano, 60% mais com a CPMF do que com arroz, feijão e leite juntos." Quais brasileiros eles não explicaram. Não explicaram que o gasto maior com CPMF é daqueles que mais fazem transações financeiras, o que não é exatamente o caso do funcionário da padaria. E agora, que caiu a CPMF, os preços do arroz, do feijão e do leite vão recuar? Alguém acredita nisso? Os partidos da mídia, em suas diferentes colorações, não ganham eleição sozinhos. Porém, tem capacidade para fazer aquele constante jogo de desgaste, apresentando informações incompletas, distorcidas, manipuladas e omitindo dados essenciais para o entendimento de um assunto. Na capa da Folha de S. Paulo, acompanhando os dados do crescimento do PIB em seis países: China, 11,5%; Índia, 8,9%; Venezuela, 8,7%; Peru, 8,4%; Rússia, 7,6% e Brasil (com destaque, em vermelho), 5,7%. A Folha não conseguiu achar país que tenha crescido menos que o Brasil no período. Porém, quando se tratava de criticar Hugo Chávez pré-referendo, o jornal nunca deu destaque ao fato de que a economia da Venezuela estava crescendo mais que a brasileira. Atribuíam isso, unicamente, à alta do preço do petróleo, assim como diziam que o Brasil só crescia por causa do alto preço das commodities. O governo Lula fincou o pé no centro político, o que parece ser uma boa idéia do ponto-de-vista meramente eleitoral. Porém, o risco de fazer todo tipo de acordo "por cima" aliena muita gente que pode ser importante em 2008 e 2010. Qual é a garantia de que a TV Globo, no período pré-eleitoral de 2008, não vai adotar exatamente a mesma postura de 2006 - que foi de pregar "imparcialidade" para fora enquanto sutilmente "deslocou" o noticiário para favorecer o PSDB? Alguém já esqueceu das "entrevistas" do Alexandre Garcia no programa da Ana Maria Braga? A máquina que gera a matriz de opinião vai dar um descanso, que ninguém é de ferro. Credibilidade é um bem armazenável no país da memória curta. Não há nenhuma garantia de que essa máquina, a serviço do neoliberalismo econômico, não vá voltar à velocidade total nos meses que precedem a eleição de 2008. Virá reforçada pelos jornais gratuitos distribuídos nas grandes cidades brasileiras? Quem não quer gastar 2,50 pela Folha de S. Paulo lê esses jornais. Lê no ônibus, no metrô e leva para casa. Enquanto isso, a assessoria de Lula parece acreditar nos "acertos por cima". O presidente pode ter 65% de aprovação, mas age como se tivesse 10%. Recua ao menor empurrãozinho. Vamos ver qual será o resultado disso em 2008 e além. Publicado em 13 de dezembro de 2007 Eu não concordo com os leitores que acham que o mundo acabou por causa da derrota da CPMF. É óbvia a tentativa de sabotagem, mas não se pode dizer que o PT não faria o mesmo se estivesse na oposição. O Brasil não vai deixar de crescer por causa da CPMF. As condições internacionais permanecem basicamente as mesmas, apesar da crise financeira grave nos Estados Unidos, que é apenas expressão da decadência relativa do poderio econômico e militar americano sob o governo Bush. A crise imobiliária é apenas um sintoma da doença em um país que nunca torrou tanto dinheiro com gastos militares. Com a possível derrota dos republicanos em 2008 uma estaca será fincada no vampiro neoliberal. Até lá é segurar a onda, já que o vampiro não morre sem espalhar sangue para todo o lado. Bush vai caçar alguma guerra em algum lugar. Venezuela? Alguma os republicanos vão aprontar para não perderem o poder. Acrescentado em 13 de dezembro de 2007 O Paulo Henrique Amorim escreveu: "No auge da crise do “mensalão” (que ainda estar por provar-se), Duda Mendonça confessou que recebia dinheiro do PT no exterior. . Naquele momento, como se sabe, a oposição pensou e quase pediu, na hora, o impeachment do Presidente Lula. . O Presidente Lula quase caiu. . E só não caiu, porque a oposição, sob a liderança do senador Agripino Maia, do PFL, preferiu seguir a linha do “sangramento”. . Em sucessivas reuniões no modesto e diminuto apartamento do Farol de Alexandria em Higienópolis, em São Paulo, a oposição discutiu a crise do mensalão (que ainda está por provar-se). . E a oposição se deixou levar pela tese do “sangramento”. . Quem defendeu o “sangramento” foi o Farol. . O Farol não queria que Lula caísse antes do fim do primeiro mandato. . O vice José Alencar assumiria e o processo político poderia se desenvolver com razoável normalidade. . O Farol queria fazer Lula sangrar, sangrar até a última gota de sangue até chegar à eleição sem forças. . Desmoralizado, enfraquecido, Lula perderia. . Quem o esmagaria nas urnas ? . O Farol de Alexandria, que seria conduzido ao Palácio do Planalto nos braços de um povo sedento de ordem e progresso – sobretudo progresso, que é o ponto forte dos tucanos. (*) . É essa tese do “sangramento” que o líder Arthur Virgilio Cardoso abraçou. . FHC não tem compromisso com o PSDB. . FHC não tem compromisso com Serra. . FHC não tem compromisso com Aécio. . FHC não tem compromisso com o Brasil. . O compromisso de FHC é com FHC." MEU COMENTÁRIO: Faltou dizer que o Fernando Henrique Cardoso não tem compromisso nem mesmo com o filho que teve com a jornalista da TV Globo, que já adolescente mas ainda não leva o sobrenome do pai. Pelo menos o Miterrand assumiu a filha que teve fora do casamento desde cedo e até apresentou a menina ao Fidel Castro, o que era um sonho da adolescente. Por Luiz Carlos Azenha - http://viomundo.globo.com/ |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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