Cristina Kirchner: Política de Bush para o continente "é lixo" | |
"Sou mulher, mas não vou deixar que me pressionem. Teremos relações de amizade com todos os países latinoamericanos, inclusive com a República Bolivariana da Venezuela. Alguns querem mais que países amigos, querem empregados e subordinados. Permitam-me, nesta manhã de lixo concreto, falar de outros lixos, que não indicam crescimento nem desenvolvimento. É o lixo da política internacional, que tragicomicamente mostra a involução do desenvolvimento e da seriedade nas relações internacionais. É preciso aprofundar e ampliar o Mercosul. Vamos trabalhar fortemente pela construção e instrumentação do Banco do Sul". São declarações da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, durante a inauguração de um projeto ligado à coleta de lixo. Pouco antes, o chefe-de-gabinete dela, Alberto Fernández, acusou abertamente os Estados Unidos de montarem "uma operação de inteligência". Ele se referia à captura, na Argentina, do empresário venezuelano-americano Guido Antonini Wilson, que foi preso com 800 mil dólares em uma maleta durante a campanha eleitoral. Guido está nos Estados Unidos, aparentemente sob proteção do governo. O FBI prendeu cinco pessoas em Miami e as acusou de atuarem como agentes da Venezuela em conexão com Antonini. A acusação que se faz é de que Antonini teria agido como intermediário de uma contribuição de 800 mil dólares do governo Chávez à campanha eleitoral de Cristina Kirchner. Tenho escrito aqui, faz tempo, que os Estados Unidos já disseram, através da secretária de Estado Condoleezza Rice, quais são os governos que aceitam na América Latina e quais os que não aceitam. Entre os "inaceitáveis" estão os da Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela e Nicarágua. Depois da campanha internacional movida pela mídia contra Hugo Chávez, sem precedentes; depois da derrota de Chávez no referendo aprovatório das mudanças constitucionais; depois de tudo isso o ex-ministro das Relações Exteriores do México, Carlos Castañeda, um campeão do neoliberalismo, escreveu um artigo na revista Newsweek afirmando que Chávez tentou fraudar os resultados do referendo, citando "uma fonte de inteligência" sem dizer qual. O assunto tinha sido publicado inicialmente pelo jornal El Nacional, uma espécie de O Globo venezuelano. Agora os Estados Unidos prendem supostos agentes venezuelanos em Miami com o claro objetivo de causar embaraços internacionais para Hugo Chávez e Cristina Kirchner. Já pensou se a gente fosse prender os agentes americanos que andam por aí incentivando golpes e derrubadas de regimes? Notaram como a campanha segue? É uma campanha que tem o claro objetivo de dividir para governar, lançando dúvidas sobre o Mercosul, tentando jogar a Venezuela contra a Argentina e vice-versa. Derrubar Evo Morales é outro objetivo dessa mesma campanha, que vem sendo feita através de entidades "civis" locais bancadas pelo governo Bush. O Brasil vai vender mais de U$ 4 bilhões para a Venezuela este ano. No entanto, a mídia brasileira se entregou de corpo e alma à defesa da não-adesão da Venezuela ao Mercosul, com apoio da UDN e do PSD. Aliás, da coligação DEM/PSDB. A quem interessa isso? Aos Estados Unidos e a seus aliados locais: TV Globo, Estadão, Veja, Folha de S. Paulo e todos aqueles que, nas bancas, representam os interesses políticos e econômicos associados aos Estados Unidos. O problema do governo Bush e de seus aliados locais é que existe uma eleição americana a caminho, em 2008. Antes da derrota a política externa de Bush fará tudo o que estiver a seu alcance para barrar o Mercosul e a integração regional, uma vez que ainda considera este o quintal em que ninguém tem direito de agir de forma soberana. |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
Nenhum comentário:
Postar um comentário