:: COBERTURA DO CONGRESSO Por Luciano Martins Costa em 19/3/2009 | |
De repente, a imprensa descobre que o Senado da República tinha nada menos do que 181 diretores. Como são 81 os senadores, então temos mais de um diretor para cada senador. Há diretores para assuntos como administração de residências, licenciamento de automóveis, e até um diretor de check-in, para assegurar os embarques de suas excelências em suas viagens para as chamadas bases eleitorais. Ah, e tem até um diretor de autógrafos! Afinal, onde se escondiam tantos diretores antes de serem descobertos? São muitos motivos de escândalo em uma só notícia. Primeiro a obviedade do inchaço que caracteriza a gestão do Congresso Nacional. Ali se juntam as maiores sinecuras do país, apoiadas numa estrutura de cargos inventados apenas para garantir os altos proventos dos apaniguados. Segundo, o fato de que, nas sucessivas legislaturas, ninguém percebeu a proliferação de diretorias. Terceiro, o Legislativo não tem uma corregedoria de fato, e somente se movimenta quando as falcatruas chegam ao conhecimento público. Pois que fique o público sossegado: o presidente do Senado, José Sarney, vai moralizar os costumes. Ele assinou um convênio com a Fundação Getulio Vargas para reorganizar o modelo administrativo da casa. Mas a auditoria deve demorar pelo menos seis meses somente para completar o diagnóstico. Será que o interesse da imprensa no assunto suporta tanto tempo? Olho vivo Talvez fosse o caso de ir cortando desde já os exemplos mais escabrosos, mas para isso também é preciso que a imprensa faça as perguntas pertinentes. Ainda agora, por exemplo, a Câmara está estudando o fim das verbas indenizatórias, mas os deputados querem que o valor seja somado aos seus salários. A imprensa precisa manter os olhos bem abertos. Afinal, a atual onda de revelações sobre os abusos no Congresso começou quando os jornais redescobriram o castelo do deputado Edmar Moreira, quando ele foi nomeado corregedor da Câmara. Se o próprio Legislativo não se interessa em manter um mínimo de respeito pelos valores que lhe são confiados, fica-se nas mãos da imprensa. E como se viu em pouco mais de dois meses, não se pode deixar que o poder público cuide de si mesmo. É preciso que o público esteja sempre cuidando do poder. FONTE: Observatório da Imprensa :: |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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