terça-feira, 18 de agosto de 2009

Lina muda duas vezes versão sobre pedido de Dilma

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Antonio Cruz/Agência Brasil
Lina Maria Vieira, ex-secretária da Receita, em depoimento na CCJ do Senado
Lina Maria Vieira, ex-secretária da Receita, em depoimento na CCJ do Senado


por Marcela Rocha

A ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, reafirma em depoimento à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado que encontrou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Mas muda sua avaliação sobre o pedido da ministra. "Não houve pressão, não entendi que era para encerrar as investigações" sobre as empresas da família de José Sarney (PMDB-AP).

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"Ou a senhora mente para nós ou mentiu para o jornal", ataca a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) . Após a intervenção da petista, Lina retorna à mesma versão dada ao jornal Folha de S. Paulo. "Entendi como um pedido para encerrar as investigações".

"Não menti para o jornal, nem aqui". E assim, Lina volta à versão anterior. Oscilante, Lina é o alvo dos senadores. A base governista tenta amenizar a versão da ex-secretária; aposta em um erro de avaliação. A oposição tenta de todas as formas que Lina afirme que a ministra Dilma fez um pedido de encerramento das investigações.

Lina Vieira também colocou-se à disposição para uma "confrontação da verdade com a ministra".

Abaixo, trecho da matéria do dia 9 de agosto em que Lina fala do encontro com a ministra:

"Falamos sobre amenidades e, então, ela me perguntou se eu podia agilizar a fiscalização do filho do Sarney." A ex-secretária disse que entendeu como um recado "para encerrar" a investigação, o que se recusou a fazer. "Fui embora e não dei retorno. Acho que eles não queriam problema com o Sarney."

Os senadores não cogitam manter a versão da ministra Dilma de que não houve o encontro. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra aposta agora em unificar a oposição no argumento de que o encontro, por si só, não importando o recado dado pela ministra, fere o "princípio da impessoalidade na esfera da administração pública".

O líder governista Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) deixaram o plenário antes do fim da sessão. Nas considerações finais, Lina disse que mantém sua versão inicial e que não precisa de agenda para provar que não mentiu.

Fonte: Terra Magazine

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