quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Faz nove anos que o Biondi se foi. Um texto pra relembrá-lo

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por Renato Rovai

Faz nove anos hoje que o Aloysio Biondi nos deixou. Atualmente sou amigo dos seus filhos Antônio e Pedro. À época em que este texto era publicado, em 1996, era amigo do pai. Aloísio era a única voz dissonante entre os jornalistas econômicos em relação às privatizações do governo FHC.

Pra relembrá-lo, coloco na sequência um trecho de artigo publicado na Revista dos Bancários, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que tinha tiragem de 120 mil exemplares e era editada por este blogueiro.

"Atenção para outro detalhe importante: no Brasil, quando se fala no sistema financeiro, suas distorções e mesmo fraudes, é habitual que as pessoas pensem apenas em “bancos e banqueiros”, contra os quais acaba sendo canalizada toda a indignação da opinião pública. Ora, como se pode perceber, essa visão é absolutamente errada: a especulação financeira, as grandes jogadas contra os interesses do país são praticadas por grupos poderosos, indivíduos poderosos, os “clientes” que utilizam o sistema financeiro, os bancos, para obter lucros ilegítimos. Esses grupos e indivíduos também são criminosos.

Alguns mitos têm sido utilizados, com a ajuda de parte da imprensa, para impedir que o brasileiro enxergue a verdade. Primeiro mito: sempre que um banco pequeno quebra, alega-se que era “fraco”; quando um grande banco quebra, aí a história é outra: insinua-se que a diretoria foi desonesta, desviou dinheiro ou, em poucas palavras, agiu de forma marginal. Com esse mito a opinião pública continua iludida: encara as “quebras” como escândalos, isto é, episódios excepcionais, frutos de ações desonestas de diretores – ou, preferencialmente de “gerentes” escolhidos para bode expiatório. No entanto, como se pode verificar facilmente, são terrivelmente graves os prejuízos causados ao país pela cumplicidade do Bacen com o mercado financeiro. Ela é, em última análise, uma das principais causas da crise permanente em que o país vive, pois permite a remessa de dinheiro para o exterior, alimenta operações de caixa 2 e a sonegação por parte de empresas, desorganizando toda a economia com ciclos de falta de dólares, “rombos” d Tesouro, endividamento do governo, etc."

Leia mais no site do Aloysio. Lá você encontra mil textos dele.

Fonte: Revista Fórum

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