segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Taras de Kamel: ´autenticidade não pode ser comprovada, mas não pode ser descartada´

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por Rodrigo Vianna

Dois anos atrás, recebi de um colega jornalista a informação sobre o filme "Solar das Taras Proibidas". Ali Kamel - diretor da Globo- estaria no elenco, dizia-me este colega.

Alguns meses depois, vi as imagens no "youtube".

Não dei bola pra isso, por vários motivos:

- as sacanagens do filme são de uma inocência angelical, comparadas às sacanagens de determinado jornalismo praticado hoje no Brasil (ficha falsa da Dilma, campanha contra Petrobrás, campanha contra Lula);

- se Ali Kamel - diretor da Globo - foi ator pornô nos anos 80, isso não é problema meu, não tem qualquer interesse público, não interessa ao debate sobre a batalha da mídia travada hoje no Brasil.

Acontece que, no último domingo, o site "Cloaca News" publicou um texto sobre o assunto, com link para as imagens do filme.

O blog do Nassif também comentou o assunto, com o cuidado merecido - http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/16/o-ali-kamel-da-pornochanchada/.

Diante da repercussão do fato na internet, este "Escrevinhador" procurou o "Cloaca News", e recebeu uma resposta lapidar, baseada no melhor jornalismo praticado na alameda Barão de Limeira:

"Sobre o vídeo, o Cloaca tem a dizer o seguinte: a autenticidade daquelas imagens não pode ser comprovada, bem como não pode ser descartada. Ademais, o nome do cara aparece nos créditos. Fora o fato de o vídeo ser de domínio público - foi "embebedado" do Youtube".

"Autenticidade não pode ser comprovada, bem como não pode ser descartada". Foi essa a conclusão da "Folha" sobre a ficha fajuta da Dilma, publicada na primeira página.

O Ali Kamel ator pornô, esse seguimos sem saber se é verdadeiro. O filme é verdadeiro. Mas, não sabemos se se trata de um homônimo.

O Ali Kamel que me preocupa é o homem que combate as quotas raciais, o Bolsa-Família e pilota o jornalismo da Globo como se fosse um partido político. Foi contra esse Ali Kamel de verdade que, em 2006, eu e outros colegas nos insurgimos quando trabalhávamos na Globo.

Ali Kamel - o jornalista, não o ator - queria que assinássemos um manifesto, defendendo a cobertura da Globo nas eleições. Isso, sim, seria pornográfico.

No dia em que sai da TV Globo, em dezembro de 2006, enviei uma carta para meus colegas.

O então chefe da Globo São Paulo, um sujeito gordinho e de fala enrolada, ao me ver sentado ao computador, ficou bufando a meu lado: "o que você ainda está fazendo aqui?". "Estou me despedindo de meus colegas", respondi, e enviei a carta pela rede interna de computadores.

Minutos depois, minha senha de computador foi bloqueada. Resolvi ir embora.

Quando cheguei à catraca, meu crachá também havia sido bloqueado. Depois de 12 anos de trabalho na emissora, tive que pular a catraca pra ir embora.

Eu já vi gente ser proibida de entrar em determinados lugares. Mas proibir alguém de sair?

Deve ser mais uma tara de Ali Kamel e seus amigos.

Fonte: O Escrevinhador

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