quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Publicidade do Governo para financiar produção jornalística independente

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Por coincidência, no Governo FHC os `critérios técnicos´de Andrea Matarazzo ajudavam a candidatura Serra ...

Por coincidência, no Governo FHC os `critérios técnicos´de Andrea Matarazzo ajudavam a candidatura Serra ...


por Paulo Henrique Amorim

. Em debate sobre o PiG (*) no PC do B, fiz uma proposta que poderia ser apreciada na Cofecom, Conferencia Nacional de Comunicação, que se realiza em dezembro e que o PiG (*), desde já, boicota.

. A proposta é a que se segue.

. Destinar uma parte da verba de publicidade oficial do Governo Federal para a criação de uma agência de notícias que produzisse conteúdo jornalístico informativo gratuito para todas as mídias.

. Para fugir das três famílias que dominam o PiG (*) e suas agências de notcias.

. Refiro-me às agencias Globo, Folha (***) e Estadão, que dominam a distribuição de notícias no país.

. A agência teria que ser a-partidária e a-religiosa.

. Não poderia endossar candidatos.

. Não poderia dar lucro.

. E pagaria aos jornalistas um múltiplo razoável do piso salarial.

. A agência não contrataria articulistas nem colunistas.

. O pessoal que gosta de dar opinião teria que ficar no PiG (*) e formular o seu PUM (**).

. Teria que ter um Ouvidor.

(. Seria proibido a agência ter qualquer coisa que se pareça com o Conselho da TV Brasil: um disparate !)

. E poderia receber dinheiro de fundos privados, desde que os recursos provenientes da publicidade do Governo Federal fossem sempre majoritários.

. Isso seria uma forma de dar músculo a emissoras públicas de radio e televisão, jornais e revistas independentes e aos blogueiros desse país afora.

. Fugir da Folha (***), do Globo, do Estadão – e da Radiobrás.

. Essa idéia é, na verdade, inspirada em alguns empresários americanos que chegaram à conclusão de que não se pode jogar a imprensa no lixo.

. Nem ficar dependente do jornalismo de Estado.

. Se os jornais impressos vão fechar – tomara que seja o mais breve possível.

. E se a imprensa vive de notícia (não basta dar opinião: o leitor quer saber de fatos novos).

. Então, a democracia americana – e brasileira – precisa de notícias.

. Como diz o meu amigo Rubens Glasberg: quem gosta de democracia vai ter que encontrar uma forma de financiar a busca da notícia.

. Se os jornais vão fechar, quem vai buscar as notícias de forma isenta e independente ?

. Quem vai pagar o salário do repórter ? Do cinegrafista ? A passagem de avião ? O hotel ? O produtor ?

. Notícia custa caro.

. Tem que ser um fundo público.

. Transparente e acessível a TODOS.

. Seria essa, também, uma forma de dar destino nobre à publicidade oficial.

. Hoje, no Governo Lula inclusive, prevalece a tese de que a mídia do Governo deve seguir “critérios técnicos”.

. “Critérios técnicos” é a música que a Globo e a Abril gostam de ouvir …

(. Em tempo: o Conversa Afiada pode viver, perfeitamente, sem publicidade do Governo Federal …)

. “Critérios técnicos” é a música que a SECOM de Fernando Henrique tocava …

. Essa idéia de um fundo dispensa a “publicidade política” – a outra face dos “critérios técnicos” …

. Ao contrário.

. Ela estimula a concorrência pelo bom jornalismo.

. O jornalismo de fatos, sem opinião.

. Todo editor vai ter acesso a fatos, a notícia.

. Os melhores jornalistas e editores saberão usá-los melhor e conquistarão a preferência do mercado.

. É uma forma perfeitamente capaz de conviver com o sistema capitalista, a competição e a pluralidade.

. Ou seja, com a democracia representativa.

. É uma sugestão que não deveria assustar os filhos do Roberto Marinho (eles não tem nome próprio), ou o Otavinho Frias, se é que eles rezam pela cartilha do capitalismo de competição (ou serão chegados a uma benesse estatal ?).

. Jornalismo de opinião é o do PiG (*) e seu PUM (**).

. A democracia brasileira precisa de informação.

. E informação custa dinheiro.

. Como diz o Bill Keller, editor chefe do New York Times, para menosprezar o jornalismo da internet: e quem vai pagar o salário dos quatro repórteres que eu tenho em Bagdá ?

. Por essa humilde sugestão, esse fundo a-partidário pagaria o salário do repórter que fosse cobrir a ocupação do MST das terras do Daniel Dantas no Pará, sem ter que viajar no jatinho do Dantas, como fez a Globo…

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) PUM – “Programa Unificado da Mídia”

(***) Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele acha da investigação, da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.

Fonte: Conversa Afiada

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