quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Por qual motivo mesmo estão atacando a ministra da Casa Civil?

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por Cristóvão Feil


O PIG quer mais queijinho

Vejam com se articulam certas “coincidências” no Brasil. Dias atrás um sujeito teleguiado pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista) proclamou em artigo publicado na Folha que o governo federal deveria liquidar com a TV Brasil. Um absurdo, o governo gastar recursos com uma emissora inútil etcetera e tal. O teletubbie está sendo o porta-voz dos interesses da mídia oligárquica brasuca.

O que está acontecendo, de fato? O governo Lula, de forma muito lenta e tímida, começou a mexer em alguns pontos da velha estrutura de comunicação social do País. Propôs um certo fortalecimento da Radiobrás (Agência Brasil), criou a TV Brasil, que de fato ainda não decolou, e criou um conselhão com seres de todas as pelagens do espectro ideológico, mais os híbridos de sempre. Mas, o que mais está incomodando o PIG é a redistribuição de verbas da comunicação social da União (incluindo as estatais). Historicamente essas verbas sempre foram muito concentradas no triângulo Rio-São Paulo-Minas. As mídias de maior porte, mais influentes e mais tradicionais estão aí localizadas. Hoje, perdem aportes de verbas estatais que consideravam como direito adquirido, ou melhor, como direito consuetudinário, algo como parte dos “costumes de um povo”.

O articulista teletubbie foi – evidentemente – ignorado. Logo veio o revide da Folha, depois repercutido pelos demais sócios do clube PIG. Domingo passado, o jornal da família Frias publica um factóide com a ex-chefe da Receita Federal, Lina Vieira, onde ela interpreta de forma subjetiva que a ministra da Casa Civil tenha lhe pressionado com o objetivo oculto de querer favorecer a família Sarney.

Desde então, a ministra-chefe da Casa Civil tem sido alvo de críticas sistemáticas - e infundadas - nos jornais impressos, nos telejornais, rádios, colunas de jornalistas amestrados, etc. Uma campanha insana e sem objeto, um factóide a mais no longo rol de notícias usinadas pelo PIG ao longo dos seis anos e pouco do governo Lula.

No Rio Grande do Sul aconteceu algo semelhante e pelo mesmo motivo. Quando o governo Olívio Dutra (1999-2002) redistribuiu de forma mais equânime as verbas de comunicação social, experimentou uma chuva de protestos rançosos das principais mídias da Capital, especialmente dos órgãos da RBS, que também se considera com direitos consuetudinários sobre copiosas parcelas do orçamento estadual.

Assim, o PIG - seja no RS, seja no resto do Brasil - é um velho oligarca patusco viciado em queijo. Como os ratos gordos, não vivem sem o queijo de cada dia. Quando a ração diminui, os comedores de queijo protestam, revoltam-se e começam a se pintar para a guerra, quando não, para o golpe.

Fonte: Diário Gauche

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