segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Outra candidata à Presidência?

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Marina Silva


por Phydia de Athayde


Há um movimento para transformar a senadora e ex-ministra Marina Silva na grande novidade da sucessão presidencial de 2010. Neste início de agosto, o PV formalizou o convite que há meses era estudado no partido e apoiado por um grupo de empresários preocupados com a falta de um projeto nacional que leve em conta o desenvolvimento sustentável. A legenda convidou a senadora para deixar o PT e ser sua candidata à Presidência no ano que vem.

Para seduzir Marina Silva, exibiu uma pesquisa encomendada pelo partido na qual a ex-ministra largaria com 12% das intenções de voto. A senadora se declarou lisonjeada, mas não deu nenhum sinal de que pretenda trocar o PT pelo PV. A seguir, uma breve entrevista concedida à CartaCapital durante o Congresso da Central Única dos Trabalhadores, em São Paulo.

CartaCapital: Como a senhora avalia a proposta do PV?
Marina Silva:
Há cerca de um mês, eles decidiram formalizar esse convite. No último um ano e meio, eles têm manifestado desejo de conversar comigo e eu tenho... (hesita) protelado essa conversa. Agora, como formalizaram, pela consideração que tenho com o PV e com algumas lideranças, resolvi ouvi-los. Eles apresentaram uma série de avaliações, estão passando por discussões internas de uma reformulação programática do PV diante dos desafios que temos hoje. Eu mais ouvi do que falei. Pedi um tempo, iria fazer uma reflexão à luz dos questionamentos que venho fazendo nos últimos anos, do desafio do desenvolvimento sustentável.

CC: Ao tornarem o convite público, passa a pesar o fator das intenções de voto?
MS:
Não estou subordinando a minha decisão às pesquisas. Obviamente que são uma avaliação importante, e tenho certeza de que as pessoas me tomam como símbolo da agenda do desenvolvimento sustentável. Mas minha reflexão é de natureza mais ampla, é sobre os desafios que temos para o Brasil, para o planeta. Acho fundamental que a plataforma do desenvolvimento sustentável seja uma prioridade estratégica para todos os partidos, buscando alternativas capazes de ressignificar a forma de produzir e de consumir. É esse debate que me interessa e o Brasil é o país que tem as melhores possibilidades para enfrentá-lo: tem 45% de matriz energética limpa, 11% da água doce do planeta, 22% das espécies vivas do planeta, é industrializado, e tem um potencial de energia limpa que nenhum outro tem. Está em melhores condições que China, México ou Índia. O Brasil pode fazer essa inflexão sem correr o risco dos efeitos indesejáveis tais como parar de crescer, parar de dar emprego e qualidade de vida para a população.

CC: A senhora tentou isso como ministra, mas entregou a pasta. Com o convite do PV, aumenta a possibilidade de ruptura com o PT?
MS:
A agenda ambiental pode fazer novas alianças. É uma das poucas, na política, que pode reposicionar a própria política. A sociedade brasileira tem de pautar essa questão para todos os partidos, e são esforços de médio e longo prazo. Não é algo que possa ser fruto da ação de um único partido. As pessoas têm de parar de pensar que os movimentos são sempre contra alguém. Eles podem ser a favor de algo que ainda não foi priorizado. Essa é a diferença, e essa é a forma como eu encaro a política.

CC: A senhora dará a resposta ao PV em outubro, na próxima convenção do partido?
MS:
Não coloquei prazo para eles, não coloquei prazo para mim mesma. Vou conversar com meus companheiros. Tenho 30 anos dentro do PT e vou fazer uma reflexão. Não é uma reflexão fácil, mas só é possível porque, graças a Deus, eu não sou um político profissional. Eu me mobilizo por ideias, por projetos. Obviamente, dentro dessa visão de mundo, tenho de considerar onde é que o movimento pode dar um novo giro, digamos assim, no parafuso da história.

Fonte: Carta Capital

Clique aqui e confira
Marina Silva embaralha o jogo eleitoral
Para quem imaginava que a disputa à presidência da República em 2010 estava prematuramente reduzida ao confronto entre Dilma e José Serra, novos ares exigem novas avaliações. Por Celso Marcondes

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2 comentários:

Anônimo disse...

Alê, venho sempre visitar o seu blogue.Acho-o muito legal e importante. Peço apenas um favor: mude de posição o monstrengo do Gilmar e coloque no topo de sua pagina a campanha de Marina Presidente _ Tomara que venha mesmo.
Tire a fera e coloque a Bela!
Abraço
AndreBecker

Alexandra Peixoto disse...

Andre, obrigada por visitar esse humilde blog.
Já acatei a idéia, genial, aliás!
Abração!