terça-feira, 18 de agosto de 2009

Marinho diz ao presidente militar: quero favores especiais, porque eu apóio vocês

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"Dossiê Geisel" - Editora FGV - reprodução

"Dossiê Geisel" - Editora FGV - reprodução


por Paulo Henrique Amorim


A propósito do post que mostra como a Globo prefere chamar o presidente Lula de idiota, em lugar de anta, o Conversa Afiada recebeu sugestão de amigo navegante.

. Ir ao livro “Dossiê Geisel”, organizado por Celso Castro e Maria Celina D’Araujo, da FGV Editora, em 2002.

. O livro apresenta um resumo de documentos do Governo do presidente Ernesto Geisel, cedidos por sua filha, Amália Lucy Geisel.

. Um dos capítulos é sobre a política de telecomunicações do Governo e a ação do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que tentou, inutilmente , resistir à concentração da televisão do Brasil.

Ou seja, Quandt enfrentou Roberto Marinho.

. E perdeu.

. Geisel acabou por fazer o que Marinho queria.

. A chantagem de Marinho deu certo: ele ameaçou vender a Globo (aos americanos ? ao grupo Time-Life ?), se Geisel não fizesse o que ele queria.

. Marinho queria o direito de crescer ilimitadamente, sem restrições.

. Deu no que deu.

. Ainda hoje, com 50% da audiência, a Globo controla 75% da receita publicitária do país em televisão.

. Como 50% da publicidade brasileira é aplicada na televisão, conclui-se que uma única empresa, a Rede Globo detém R$ 0,37 de cada R$ 1 investido em publicidade no país.

. Se o amigo navegante somar todos os anúncios do país: um spot de rádio, um tijolinho para vender uma moto, um outdoor, um comercial da Casas Bahia – se o amigo somar tudo, tudo, R$ 0,37 de cada R$ 1 investido vão para o bolso de uma única família: os filhos do Roberto Marinho (eles não tem nome próprio).

. Acompanhe o que mostra o “Dossiê”.

.Quandt – pág. 153 – resiste a dar um canal em João Pessoa à Globo para conter o monopólio.

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. O então diretor da Globo, Walter Clark, diz a Quandt que Roberto Marinho se sentia perseguido por ele.

. Quandt fez um levantamento do monopólio da Globo – pág. 154.

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. São os números que justificam não deixar Marinho crescer mais.

. Quandt se reune com Golbery do Couto e Silva (Chefe da Casa Civil), e Armando Falcão (Ministro da Justiça e amigo pessoal de Roberto Marinho).

. Marinho fala “DO CONSTANTE APOIO QUE VINHA DANDO AO GOVERNO’.

. Marinho queria crescer “SEM RESTRIÇÕES E SEM LIMITES”.

. O comportamento da Globo (o “constante apoio que vinha dando ao governo”) deveria fazê-la “merecedora de atenção e FAVORES ESPECIAIS do governo” (pág. 155).

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. Marinho ameaçou vender a Globo, caso não tivesse apoio para crescer.

. A Globo e seus porta-vozes – como a colonista (*) Miriam Leitão – ainda tem a ousadia de defender o capitalismo.

. A Globo gosta mesmo é de “atenção e favores especiais do governo” …

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (**) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Fonte: Conversa Afiada

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