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por Roberto Malvezzi*
A possibilidade Marina já está na praça. Depois de tanta reação a um texto curto e simples – "A Candidatura de Marina" -, achei por bem tratar dos comentários em um segundo texto.
Tantas reações, tão diferenciadas, desde aqueles que vêem nela a "nova utopia", substituindo Lula, até os que não vêem aí nada de novo, e acham até nefasta sua candidatura, há uma certeza: seu pleito provocará grande debate em nível nacional. Portanto, gostando ou não, a candidatura de Marina pode suscitar um intenso debate sobre os rumos do país – já está suscitando -, mas também sobre ela mesma e sua conduta como ministra.
Se o PV é o lugar, se seria refundado, se é possível uma aliança com Heloísa, se os movimentos sociais viriam para essa batalha, até mesmo se vai merecer um voto, tudo dependeria das costuras, das alianças, do programa que se construiria. O Brasil é o inventor do sócio-ambientalismo e está na hora de virar programa político.
Quanto ao PT, Lula e seu governo tiveram todas as chances. Definitivamente, mesmo com conquistas sociais importantes na ponta – que podem continuar -, Lula não soube, não quis, não mostra vontade de entrar numa economia do século XXI. É triste, mas é a realidade. Portanto, sair para outras articulações não é só lógico, mas absolutamente necessário.
Marina tem falado praticamente como candidata. Fala em inserir o país no século XXI, vencendo a visão economicista dos séculos passados recentes. Se vai ter coerência para defender essa visão, firmeza, grandeza, ou se vai vergar-se diante dos poderes, como tantas vezes o fez como ministra, só a história dirá. Mas ela pode ser o pivô de um novo concerto brasileiro, de forças que estão insatisfeitas com as possibilidades presidenciais já apresentadas e que gostariam de pautar a eleição com esses novos conteúdos que os tempos atuais exigem.
*Roberto Malvezzi (Gogó), ex-coordenador da CPT, é agente pastoral.
Fonte: Correio da Cidadania
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