Vamos combinar assim: os atos secretos que incriminam José Sarney são prova de quanto o Senado brasileiro é um antro de corrupção e isso só será revertido com a demissão "do mesmo".
Outros atos secretos fazem parte de uma manobra diversionista, uma tentativa de calar a oposição, um absurdo inominável. Os que foram assinados por ACM ele assinou sem ler, o que manterá intocada a canonização que ele recebeu ao morrer.
É cada vez mais patética essa novela da indignação seletiva:
Surgimento de novos atos é manobra pró-Sarney, diz Virgílio
Direto de Brasília, no Terra
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou nesta quarta-feira que o surgimento dos novos 468 atos secretos - editados durante a gestão do então senador Antonio Carlos Magalhães - aponta uma manobra da chamada "tropa de choque" de Sarney para mostrar que esse tipo de irregularidade não ocorria apenas quando atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), presidiu a Casa no passado.
À frente do Senado desde o começo do ano e também do início de uma das maiores crises éticas já enfrentadas pela Casa, Sarney também ocupou o cargo por três vezes nos últimos 14 anos, período em que Agaciel Maia, apontado como pivô da crise, foi diretor-geral.
Já haviam sido descobertos cerca de 500 atos secretos - decisões administrativas que não receberam a devida publicidade - relativos aos últimos anos, mas as investigações sobre o caso estavam perto do fim. Ontem, no entanto, surgiram mais 468 atos, o que reascendeu a crise. Para Virgílio, a divulgação dessas novas decisões aponta para uma tentativa de tirar o foco de Sarney, que teve seu nome ligado aos atos secretos desde o início do escândalo.
"Acho estranho esses atos aparecerem agora. No mínimo, é uma manobra diversionista, joga a coisa para o ACM para mostrar que não era só com o Sarney que isso acontecia. Aí fica aquela coisa: 'tá vendo, não era só na gestão de Sarney que acontecia isso'", disse.
Segundo ele, pessoas ligadas ao ex-diretor Agaciel e revoltadas com as mudanças a que a Casa vem sendo submetida desde o início da crise devem estar por trás dos novos atos. "Tem dedo dele (Agaciel) e dos filhotes dele porque, depois de 15 anos no poder, isso gera filhotes e uma máquina espúria que ele criou no Senado", disse.
Até o senador Wellington Salgado (PMDB-RJ), que compõe a base de apoio a Sarney, disse que os novos atos estarem ligados a um senador que já morreu é algo no mínimo suspeito. "Acusar ACM de atos secretos, como vamos saber?", questionou.
Fonte: Vi o Mundo
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