Gilberto Gil diz que pode ser vice na chapa de Marina Silva em 2010
da Folha de S.Paulo, no Rio
O cantor e compositor Gilberto Gil disse anteontem no Rio, que, se convidado, pode aceitar ser vice na eventual candidatura de Marina Silva (PT-AC) à Presidência pelo PV.
"Uai! Claro que existe possibilidade de dizer sim. Existe possibilidade de dizer não, existe possibilidade de tudo. Mas só quero dizer a ela, se ela me convidar", disse o ex-ministro da Cultura, durante aula magna aos alunos da Universidade Estácio de Sá, no Rio.
Segundo ele, os dois conversaram por telefone sobre a candidatura da senadora há cerca de uma semana. "Ela quer conversar comigo. Quer falar sobre candidatura, sobre o partido, sobre o PV, a transferência dela para o PV, sobre ela ser candidata propriamente", disse.
E completou: "Convite dela não houve. Se houver um convite, prefiro dizer a ela se eu quero ou não". Eles devem se encontrar pessoalmente, segundo o músico, que disse ainda ter "muita vontade" de conversar com ela sobre a disputa.
Para o músico, Marina é "uma pessoa muito importante para toda essa coisa da renovação da vida política brasileira". E completou: "Traz uma postura muito contributiva para o desenvolvimento da vida política no Brasil. Se ela se candidatar, vai ser muito interessante".
Em sua segunda participação em dois dias em eventos com empresários, Marina adotou ontem em Belo Horizonte um discurso de conciliação entre economia e meio ambiente.
Segundo ela, a "questão da sustentabilidade ressignifica a política, porque o desafio é de tamanha ordem que vai precisar da participação de todo mundo: empresários, trabalhadores, jovens, mulheres, crianças, formadores de opinião".
No evento, a ex-ministra criticou a visão meramente preservacionista e apoiou "integração entre preservação e desafios de melhorar a qualidade de vida". Sobre sua possível saída do PT, ela disse estar em "fase de discussão e reflexão".
Colaborou a Agência Folha, em Belo Horizonte
Fonte: Vi o Mundo
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Um comentário:
“Brasília, 19 de agosto de 2009
Caro companheiro Ricardo Berzoini,
Tornou-se pública nas últimas semanas, tendo sido objeto de conversa fraterna entre nós, a reflexão política em que me encontro há algum tempo e que passou a exigir de mim definições, diante do convite do Partido Verde para uma construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica.
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Hoje lhe comunico minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão que exigiu de mim coragem para sair daquela que foi até agora a minha casa política e pela qual tenho tanto respeito, mas estou certa de que o faço numa inflexão necessária à coerência com o que acredito ser necessário alcançar como novo patamar de conquistas para os brasileiros e para a humanidade. Tenho certeza de que enfrentarei muitas dificuldades, mas a busca do novo, mesmo quando cercada de cuidados para não desconstituir os avanços a duras penas alcançados, nunca é isenta de riscos.
Tenho a firme convicção de que essa decisão vai ao encontro do pensamento de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, que há muitas décadas apontam objetivamente os equívocos da concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida.
...
É evidente que a resistência a essa mudança de enfoque não é exclusiva de governos. Ela está presente nos partidos políticos em geral e em vários setores da sociedade, que reagem a sair de suas práticas insustentáveis e pressionam as estruturas públicas para mantê-las.
Uma parte das pessoas com quem dialoguei nas últimas semanas perguntou-me por que não continuar fazendo esse embate dentro do PT. E chego à conclusão de que, após 30 anos de luta socioambiental no Brasil – com importantes experiências em curso, que deveriam ganhar escala nacional, provindas de governos locais e estaduais, agências federais, academia, movimentos sociais, empresas, comunidades locais e as organizações não-governamentais – é o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase trinta anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País. Assim como vem sendo feito pelo próprio Partido dos Trabalhadores, desde sua origem, no que diz respeito à defesa da democracia com participação popular, da justiça social e dos direitos humanos.
... Não estou negando os imprescindíveis frutos das searas já plantadas, estou apenas me dispondo a continuar as semeaduras em outras searas.
Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.
Saudações fraternas,
Marina Silva”
http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br/2009/08/19/marina-silva-nao-e-mais-do-pt/
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