por Luis Nassif
Aí a Folha recebe a “denúncia” de que a Ministra Dilma Rousseff havia pedido pressa à Secretaria da Receita Federal, nas investigações sobre o filho de Fernando Sarney. Apenas isso, nada mais. Ouviu a ex-Secretária de Receita, magoada com sua demissão, que confirmou que foi pedida a pressa. E nada mais. Provavelmente o pedido expressava a preocupação do caso ser levado em banho-maria até o próximo ano e explodir em plena eleição.
Mas na matéria, um fiscal, em off, sustentava que, como investigações dessa natureza são demoradas, ao pedir pressa, no fundo se estava pedindo para matar a investigação. Resolvido: já se tem um escândalo.
Sai a matéria no domingo e a óbvia repercussão na segunda- o ato do jornal ouvir várias pessoas com perguntas que ajudem em respostas que ajudem a tornar matérias insossas feitos jornalísticos relevantes.
Duas repercussões em favor da”denúncia”. A primeira, de um jornalista da própria sucursal de Brasília, dizendo que são “gravíssimas” as acusações. A segunda, a relevante informação de que “a oposição” cobra explicações da Dilma e da Receita. A “oposição”, no caso, é o senador Álvaro Dias, que, segundo a Época desta semana, não declarou R$ 6 milhões à Receita, de investimentos financeiros. De onde conseguiu tanto dinheiro? Ah, uma fazenda que o pai lhe deixou de herança. Na matéria, Álvaro vira coletivo, e se torna “a oposição”.
A matéria diz que a situação colocou em dúvida as declarações da ex-Secretária. Atitude normal de ceticismo, após o episódio da ficha falsa de Dilma, em que se manipulou não apenas a ficha como declarações do ex-guerrilheiro.
Para mostrar que jornal que é jornal é isento, a Folha coloca em primeira página denúncia-tapioca contra o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que teria ido a Nova York com a filha, para exames de saúde, em viagem bancada pelo Senado.
Fonte: Luis Nassif Online::
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PUM - “Programa Unificado da Mídia”.
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