sexta-feira, 10 de outubro de 2008

MEIRELLES JOGA PARA A PLATÉIA

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O presidente do BankBoston
só não faz chutar em gol

por Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 1991

. O presidente do BankBoston, Henrique Meirelles, no exercício da presidência do Banco Central, faz tudo certo, menos o principal.

. O jornal Valor desta sexta-feira, dia 10, na página 01, informa que o Governo vai usar US$ 20 bilhões das reservas cambiais para irrigar o mercado de câmbio e reduzir o superávit primário para irrigar os investimentos e a demanda.

. Clique aqui para ler, no site do Valor.

. O Globo, na capa, diz que o Conselho Monetário Nacional autorizou o presidente do BankBoston a exigir a venda de ativos, proibir novos negócios e vetar a remuneração de executivos e a distribuição de lucros de bancos que precisarem de socorro financeiro.

. Clique aqui para ir ao site do Globo.

. Se devemos acreditar que o problema dos bancos brasileiros é de solvência e não de liquidez – como disse Meirelles ao Presidente da República, clique aqui para ler –, pouquíssimos bancos brasileiros precisarão de socorro.

. A medida, portanto, é muita farofa e pouco ovo.

. O problema central hoje, o presidente do BankBoston não tem coragem de enfrentar.

. Os saudáveis bancos brasileiros apertaram o crédito, com aversão ao risco que não se sabe qual é: porque não consta que a economia brasileira esteja sequer próxima de um colapso.

. Os bancos comerciais brasileiros estão sentados em títulos do tesouro e os prejudicados são as pequenas e médias empresas, o financiamento de bens duráveis – automóveis – e a concessão de empréstimos consignados, ou seja, em prejuízo dos pobres e dos aposentados.

. Clique aqui para ler o custo do crédito para consumo já subiu 3% ao ano.

. Sobre isso, o presidente do BankBoston não fala.

. Porque seria trair a classe.

Em tempo: a sempre competente Cláudia Safatle, do jornal Valor, levanta, na coluna desta sexta-feira, na página 02, uma hipótese aterradora: a política de juros altos do Banco Central teria sido a responsável pela bolha especulativa no mercado de câmbio, que atingiu empresas teoricamente sólidas e eficientes, como a Sadia e a Aracruz (clique aqui para ler). O gênio Allan Greenspan manteve os juros tão baixos nos Estados Unidos, que provocou a trágica bolha das hipotecas. Aqui, os teólogos do Banco Central – se a hipótese de Safatle estiver correta – geraram a bolha do câmbio. É tudo da mesma cepa.

Leia o que o Conversa Afiada já escreveu sobre a crise financeira:

Clique aqui para ler "PiG tem medo da estatização dos bancos".

Clique aqui para ler "Medidas de Meirelles não seguram Bovespa".

Clique aqui para ler "Krugman apóia Brown: saída para a crise é a estatização".

Clique aqui para ler "Meirelles finge que não entendeu".

Clique aqui para ler "Crise: melhor colunista inglês é a favor da estatização (provisória)"

Clique aqui para ler "Acrefi: crédito para consumo já subiu mais 3% ao ano".

Clique aqui para ler "Pacote americano não é Proer".

Clique aqui para ler "Santayana: Proer de FHC socorreu banqueiros fraudadores".

Clique aqui para ler "Crise financeira internacional: estatizar os bancos ou nada".

Clique aqui ler para "Agência de risco tenta explicar por que não viu que o Lehman ia quebrar".

Clique aqui para acompanhar as oscilações das Bolsas.

Fonte: Conversa Afiada

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