segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mais uma segunda-feira negra nos mercados pelo mundo

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Redação Carta Capital

Menos de uma semana depois de interromper o funcionamento por queda acima dos 10%, a Bovespa voltou a acionar o mecanismo de circuit-breaker por duas vezes, com menos de duas horas de pregão, nesta segunda-feira.

A primeira parada ocorreu às 10h18, quando o índice que mede a movimentação do mercado de ações brasileiro registrou queda de 10,18%. Com o acionamento do circuit-breaker pela primeira vez, o pregão foi interrompido por meia hora.

A Bovespa voltou a operar às 10h48, e em menos de uma hora, atingiu o patamar de 15% de queda, que provocou a segunda paralisação das negociações –o Ibovespa marcava desvalorização de 15,16% às 11h44. Desta vez, a Bovespa terão seu pregão suspenso por uma hora.

Em um movimento de reação complementar, a cotação do dólar disparou mais de 5,5% nesta segunda-feira e era negociado a R$ 2,159 às 12h38.

As sucessivas quedas na bolsa de valores brasileira são reflexos da reação global às medidas tomadas pelo governo norte-americano para aplacar a crise financeira que assola o mercado financeiro há mais de duas semanas.

Mesmo com a aprovação do pacote de ajuda às instituições financeiras no Congresso dos EUA, os mercados ao redor do planeta continuam reagindo com pessimismo e operam em queda acentuada. Os principais mercados da Ásia fecharam as negociações desta segunda com queda de mais de 4%, liderados por Cingapura, que recuou 5,61%, e Xangai, que caiu 5,23%.

Além disso, há um temor generalizado que a onda de falências de bancos e instituições financeiras chegue à Europa, e os mercados do continente também operam em forte baixa. Já perto do fechamento do mercado, a bolsa de Londres registrava -6,31% e a de Paris, -7,4%.

Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova York e colunista de CartaCapital, já havia adiantado seu temor em relação à ineficiência do pacote arquitetado pelo governo norte-americano. "Este é um caso de privatização dos ganhos e socialização das perdas. Um grande presente lindamente embalado apenas para os ricos, aqueles norte-americanos bem relacionados socialmente", afirmou o professor Roubini.

A reportagem Pacote remendado, de Márcia Pinheiro, publicada na edição 516 de CartaCapital, também antecipou o receio dos mercados com a operação de salvação arquitetada por Henry Paulson, secretário do Tesouro norte-americano, como você pode conferir neste trecho: Jacob Funk Kirkegaard, do Peter G. Peterson Institute for International Economics, diz que certamente os EUA ocuparão um espaço muito menor na economia global, com o enfraquecimento do dólar, que lentamente pode deixar de ser a moeda reserva do mundo. “Tampouco os americanos serão considerados a referência da regulamentação financeira que promove o crescimento.”

Fonte: Carta Capital

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