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por Rodrigo Vianna
O juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, deu sentença reconhecendo que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (chefe do DOI-CODI em São Paulo, entre 1970 e 1974) torturou Maria Amelia Teles, Cesar Augusto Teles (marido de Maria Amelia) e Crimeia Alice de Almeida (irmã de Maria Amelia).
A tortura ocorreu entre 72 e 73.
A decisão judicial saiu ontem, mas só agora há pouco foi divulgada pelos advogados da família Teles.
Ainda não vi a sentença. Mas acabo de conversar por telefone com Janaina de Almeida Teles, historiadora, filha de Maria Amelia e Cesar Augusto. "Essa sentença é muito importante não só pra minha família, mas para o país, porque redimensiona o debate sobre a impunidade... Esse militar é responsável pela morte de mais de 40 pessoas e pela tortura de dezenas", disse Janaína.
A decisão, ainda que em primeira instância, é histórica.
Dos países da América Latina infelicitados por ditaduras nos anos 60/70, o Brasil é o mais atrasado na punição aos torturadores.
"É um alívio enorme, um conforto muito grande tomar conhecimento dessa decisão! Sinto-me amparada pela sociedade Brasiliera", disse Janaína.
Importante: a Família Teles não pedia indenização, mas sim o reconhecimento de que Ustra praticou um crime bárbaro.
O instrumento pra isso foi uma "ação declaratória " na justiça de São Paulo, iniciada em 2006.
Segundo os advogados da Familia Teles, na sentença o juiz disse não haver provas suficientes de que Janaina (na época com 5 anos) e o irmão dela, Edson Luis (na época com 4 anos) também foram torturados...
"Tenho sequelas por ter sido levada pelos militares para o DOI-CODI, por ter visto meus pais naquela situação. Isso é óbvio. Gostaria que o juiz tivesse reconhecido isso. Mas, de todo jeito é uma grande vitória a decisão de hoje", disse a historiadora.
Fonte: Blog do Rodrigo Vianna
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