quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A "crise amorosa" do coronel Felix

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A "crise amorosa" do Coronel Felix

por ANA REIS

A justificativa do coronel Eduardo Felix para explicar porque não atiraram num sequestrador que se outorgou direito de morte sobre duas mulheres, baseou-se no mito do amor: " é um garoto de 22 anos de idade, sem antecedentes criminais e com uma crise amorosa". O criminoso, pois sequestro é crime hediondo, motivado por ódio, transforma-se em um garoto enamorado, nas mãos de quem o Coronel entregaria seu filho. O irmão de Nayara, que sabia o que estava em cena, não entrou no cativeiro. [Nota do site: o leitor Marco Antonio Leite corrige: o irmão era de Eloá]

Em cena, o direito de propriedade ultrajado do macho sobre as fêmeas da espécie. A mulher que se recusa a se submeter a essa lei é morta. É mais uma a ingressar numa enorme lista. O Coronel tinha essa lei em mente. Baseado nela, seu julgamento condenou Eloá à morte.

Não podemos deixar passar mais esse caso emblemático do pacto dos patriarcas sobre a posse das mulheres. A imprensa foca em quem atirou, como se não se tratasse de machos se defendendo, não importa as consequências para as mulheres.Tudo foi feito para poupar o criminoso. Até deixar a amiga entrar de novo no cativeiro! E o Serra corroborando a ação da PM.

Crime passional não existe! A crime é a misoginia do sequestrador, dos policiais, do governador e da mídia!

As mulheres morrem porque os homens odeiam quando elas são mulheres, elas mesmas, em vez de SUAS namoradas, SUAS esposas, SUAS mães.Não se trata de amor, trata-se de ódio. Ou isso fica claro ou nunca iremos dar conta da "violência" contra a mulher.

Fonte: Vi o Mundo

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