domingo, 19 de outubro de 2008

CABE AO ESTADO ZELAR POR REFÉNS

::

por Luiz Carlos Azenha

É papel do Estado zelar pela segurança pública. É papel do Estado zelar pela vida de reféns.

Se a mídia ultrapassou os limites do aceitável no caso do seqüestro de Santo André foi pela ausência de um comando firme nas negociações.

Num mercado competitivo é natural que as empresas de mídia disputem leitores, ouvintes e telespectadores. Por mais que se condene este ou aquele comportamento de jornalistas e emissoras o fato inescapável é que cabe ao Estado lidar com situações de risco.

Nos Estados Unidos em qualquer situação similar à de Santo André a mídia é mantida à distância, muitas vezes suficientemente longe para não ter condições de filmar ou fotografar o local de um crime em andamento. O sobrevôo de helicópteros é proibido. É impensável fazer uma ligação telefônica para um sequestrador, pelo simples fato de que pode atrapalhar o andamento das negociações e uma ação desse tipo resultaria em processo na Justiça.

Repito: cabe ao Estado regulamentar o comportamento da mídia. Da mesma forma que autoridades públicas não ficam abertamente acessíveis à mídia, porque deveria ser diferente com um seqüestrador e as vítimas?

O que assistimos em São Paulo, tanto no confronto entre policiais civis e militares quanto no seqüestro de Santo André é o fracasso das autoridades estaduais de cumprir o seu papel, que é acima de tudo o de garantir a segurança pública. A isso se somaram erros gravíssimos, como o de permitir que uma vítima se "reapresentasse" como refém, o que é um absurdo em qualquer circunstância, especialmente quando se trata de uma adolescente de 15 anos de idade.

Fonte: Vi o Mundo

::


Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: