terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O que fazer para salvar a floresta?

::

Vista aérea da destruição na região da Terra do Meio.

Vista aérea da destruição na região da Terra do Meio.

Aumentar a Imagem

O Brasil precisa adotar imediatamente um programa nacional de combate ao desmatamento na Amazônia, com apoio financeiro da comunidade internacional.

O programa criaria uma força-tarefa interministerial, com a participação de entidades representativas da sociedade civil e dos setores produtivos, para deter o avanço do desmatamento e reduzi-lo a zero.

Entre as medidas necessárias para impedir uma maior destruição da Amazônia, destacamos:

• A implementação dos compromissos nacionais e internacionais assumidos em 1992 durante a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB);

• A destinação das áreas griladas na região amazônica (que, de acordo com dados das CPI da Grilagem chegam a 100 milhões de hectares, ou 20% da Amazônia Legal) para a criação de áreas de proteção como parques e reservas extrativistas de uso sustentável;

• A implantação das unidades de conservação já aprovadas e que até hoje não saíram do papel;

• Redirecionamento do programa nacional de reforma agrária para áreas já desmatadas;

• Fortalecimento das instituições encarregadas da proteção ambiental como Ibama e secretarias estaduais de Meio Ambiente;

• Adoção de mecanismos fiscais que punam a extração ilegal de madeira e beneficiem exclusivamente a produção de madeira através de manejo florestal sustentável e certificado pelo FSC.

• Fortalecimento institucional e financeiro a projetos de manejo florestal comunitário;

• Expansão dos programas governamentais de combate às queimadas;

• Demarcação de todas as terras indígenas.

Conter a destruição das florestas se tornou uma prioridade mundial, e não apenas um problema brasileiro. Restam hoje, em todo o planeta, apenas 22% da cobertura florestal original. A Europa Ocidental já perdeu 99,7% de suas florestas primárias; a Ásia, 94%; África, 92%; Oceania, 78%; América do Norte, 66%; e América do Sul, 54%. No caso específico da Amazônia brasileira, o desmatamento que era de 1% até 1970 pulou para quase 15% em 1999 – em quase 30 anos, uma área equivalente à França foi desmatada na região. É hora de dar um basta nisso.

Fonte: Greenpeace

::

Pilha de madeira certificada, na Mil Madeiras, Amazônia.

Pilha de madeira certificada, na Mil Madeiras, Amazônia.

Aumentar a Imagem
A Amazônia tem a maior reserva de madeira tropical do planeta e a exploração deste recurso é importante para a economia da região e do país. No entanto, o modelo que temos hoje é insustentável e predatório, com alguns poucos empresários obtendo lucros sem se comprometer com o desenvolvimento econômico e social da região.

Uma das ferramentas mais eficazes que dispomos no momento para enfrentar o problema é o manejo florestal sustentável, que pode ser aplicado não só à madeira, mas também a sementes, fibras e outros produtos florestais.

No caso específico da madeira, o corte seletivo em áreas já afetadas pela atividade humana usa técnicas e conhecimento científico de forma planejada para minimizar os impactos no ecossistemas e permitir que a floresta se regenere.

Atualmente, os melhores padrões e critérios de manejo florestal são os estabelecidos pelo Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council - FSC, na sigla em inglês) (http://www.fsc.org.br/) , único sistema de certificação florestal independente que adota padrões ambientais internacionalmente aceitos, incorporando os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos de maneira equilibrada. O FSC, que tem um selo amplamente reconhecimento em todo o mundo, garante a integridade da madeira, desde o corte da árvore até o produto final que chega às mãos dos consumidores. Os critérios estabelecidos pelo FSC são a melhor garantia disponível no momento de que a atividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta destruição de florestas primárias como a da Amazônia.

O FSC foi fundado em 1993, em Toronto (Canadá), por 130 representantes de organizações ambientalistas, entidades indígenas, comunidades tradicionais, instituições de certificação de produtos florestais de 25 países, indústrias madereiras e silvicultores. Sua sede atual fica em Oaxaca, no México.

O FSC promove a gestão florestal sustentável baseado nos princípios e critérios do acordo internacional Declaração das Florestas, aprovado na Conferência das Nações Unidos sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. O texto vale para todos os tipos de florestas – tropicais, boreais e temperadas – que fornecem madeira para a indústria.


Os princípios da certificação florestal FSC para uma gestão florestal sustentável:

1. O cumprimento das leis nacionais e acordos internacionais.

2. A manutenção dos direitos e responsabilidades da propriedade.

3. Que se observem os direitos dos povos indígenas.

4. O respeito dos direitos do trabalho e das comunidades locais.

5. A promoção do uso eficiente dos múltiplos benefícios da floresta.

6. A existência de uma Plano de Manejo Florestal com objetivos claros.

7. A conservação da biodiversidade.

8. O resultado e avaliação deste tipo de gestão.

9. A conservação das florestas de alto valor ecológico.

10. Que a gestão dos cultivos florestais se realize seguindo os critérios anteriores.

Fonte: Greenpeace

::


Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: