quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Rezem para o FMI estar certo

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por Luiz Antônio Magalhães

A matéria abaixo é do Globo Online e versa sobre as previsões do FMI para o crescimento da economia mundial. Segundo o Fundo, a América Latina vai crescer menos em 2009. Mas, apesar da crise financeira global, ainda cresce cerca de 3,25%, em média. A julgar pelo que se vê nesses momentos de pânico, se esta taxa ocorrer no Brasil já será um belo crescimento - superior, por exemplo, à média dos anos em que Fernando Henrique Cardoso governou o país. O autor deste blog tem conversado com alguns economistas que já estão prevendo um cenário bem mais catastrófico, de recessão mesmo, já a partir de 2009. É bem verdade que os catastrofistas tem errado mais do que acertado, mas vai que agora acertam... Melhor é tomar banho de sal grosso, se benzer bastante e rezar. Porque de resto o agravamento da atual crise depende muito pouco do que o governo brasileiro fizer ou deixar de fazer e sim do que os norte-americanos e europeus fizerem ou deixarem de fazer. Bem, salvo os que têm dupla cidadania, aqui ninguém elege presidente americano ou gabinete europeu, portanto não há mesmo nada a fazer senão esperar. E rezar bastante para que desta vez o FMI acerte a sua previsão.

A seguir, a íntegra da matéria do Globo Online.

WASHINGTON - Em sua pior previsão em anos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta quarta-feira que a economia mundial está em uma grande desaceleração, com os Estados Unidos e a Europa já em recessão ou próximos dela.

Em seu relatório Perspectivas Econômicas Mundiais, o FMI também sugere que o Brasil sentirá um impacto mais forte da crise financeira internacional no próximo ano. A economia do país, que ano passado teve um crescimento de 5,4%, este ano sofrerá uma pequena redução para 5,2%. Mas em 2009 não deverá superar os 3,5%. Bancos Centrais de diversos países cortaram juros hoje para tentar impedir a recessão mundial.


A primeira aferição das conseqüências da crise financeira dos Estados Unidos na economia mundial apresentou um resultado arrasador. De acordo com o FMI, a economia mundial, que em 2007 crescera 5%, este ano não passará de 3,9% e será ainda menor em 2009: vai crescer apenas 3% - o menor nível em sete anos.

O impacto nos EUA será ainda maior. O país crescerá meros 1,6% este e nada mais do que 0,1% no ano que vem. Em 2007, a economia americana cresceu 2%.
Essas cifras divulgadas pelo FMI não são definitivas, pois os seus economistas acreditam que ainda são fortes as tendências de que a situação piore ainda mais.

"A deterioração do mercado de imóveis nos EUA poderá ser mais profunda e mais prolongada do que o previsto, enquanto os mercados de imóveis na Europa poderão tornar-se mais frágeis" - diz um trecho do informe "Perspectivas da Economia Mundial.
Segundo o documento "a situação é excepcionalmente incerta e sujeita à consideráveis declínios". Uma recuperação, diz o FMI, "ainda não está ao alcance da vista". Na melhor das hipóteses ela surgiria, gradualmente, a partir do final de 2009.

Os seus economistas prevêem que haverá uma perda de crédito ainda acentuada. E calculam que os EUA terão de injetar ainda mais dinheiro público nos bancos e financeiras, para evitar um desastre total.
A estimativa do FMI é de que os países ricos cresceram coletivamente apenas 1% no período que vai do último trimestre do ano passado ao segundo deste ano. O índice anterior, nessa mesma época, tinha sido de 2,1%.

"A economia mundial está agora entrando em uma forte desaceleração diante do mais perigoso choque dos mercados financeiros maduros desde a década de 1930", diz o relatório.

O FMI avalia que políticas econômicas e regulatórias negligentes provavelmente permitiram que a economia global "excedesse seu limite de velocidade". Além disso, falhas nos mercados e de políticas permitiram que o estresse se aprofundasse. Agora, a economia paga o preço.


Para o Fundo, a América Latina enfrenta uma "estranha" combinação de atividade em desaceleração, condições externas piores, e inflação em alta. Segundo o FMI, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da região vai passar de 5,5% em 2007 para 4,5% em 2008 e 3,25% em 2009. A inflação brasileira atingirá 5,7% este ano, mas deverá cair para 5,1% no ano que vem.

Fonte: Blog Entrelinhas

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