quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Preconceitos na PUC

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por Georges Boudoukan


QUE HORROR!!!


Sinceramente, não sei o que dizer. Leiam e, por favor, repassem a carta abaixo

São Paulo, 25 de setembro de 2008.

À OUVIDORIA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Senhor Reitor,

Venho por meio desta, informá-lo e pedir providências sobre o que ocorreu na aula do dia 18/09/08, do curso de pós-graduação em "Educação Inclusiva e Deficiência Mental" ministrado pela professora Patrícia Gouveia Ferraz.

A referida professora, médica psiquiatra, ao se referir às pessoas com deficiência intelectual utilizou os seguintes termos: AMEBA SONOLENTA, PÉ DE ALFACE, RETARDADO E PCZÃO.

Interrompi sua aula pedindo, educadamente, para que ela mudasse os termos e em resposta ela me ofendeu falando que minhas falas estavam carregadas de preconceito!(?) Nesse momento, me retirei da sala, pois não faço um curso de inclusão para ouvir tamanho absurdo contra pessoas com deficiência.

Marquei uma reunião com a coordenadora do curso, Sra Darcy Raiça para que ela tomasse ciência sobre a grave situação e tomasse uma providência. Por sua sugestão o assunto foi levado à sala de aula, ocasião em que os alunos (os mesmos que quando ouviram os termos discriminatórios utilizados pela professora acharam engraçado e deram risada) disseram a ela que não se incomodaram com as palavras empregadas e que ao contrário, gostariam que a professora voltasse a dar aula com a mesma"didática" para o assunto não ficar tão pesado.

Ao falar para o grupo e para a coordenadora que comentei sobre o ocorrido em outros cursos que eu faço e que todos, sem exceção, ficaram indignados, a coordenadora falou que o assunto era para ficar dentro da sala e me sugeriu, na frente de todos, que eu procurasse outro curso.

Ressalta-se, ainda, que em nenhum momento, ela como coordenadora do curso, teve a postura de se pronunciar diante da sala sobre a infeliz utilização dos termos proferidos pela professora.

Sr. Reitor, a situação é SÉRIA E MUITO GRAVE!

É INADMISSÍVEL que em um curso de pós-graduação em "INCLUSÃO", dado pela PUC, Universidade de renome, seja aceito a utilização por uma professora de termos tão pejorativos e desrespeitosos e que discriminam, sim, o deficiente.

Informo também, que na última aula do dia 25/09/08 a qual não compareci, uma vez que me foi sugerido pela coordenadora a procurar outro curso, tomei conhecimento por minha colega Alessandra Borges Norinho, também aluna do curso, que a profª. Patrícia Gouveia Ferraz não daria mais aula, conforme informação dada pela coordenadora.

No entanto, não ficou esclarecido, pois não foi dito pela coordenadora, se a professora saiu por livre e espontânea vontade e, ainda consta dos quadros da PUC como professora, ou se foi demitida (o que, a meu ver, tem muita diferença, uma vez que ela não se retratou dos termos utilizados).

E, mais uma vez, nessa oportunidade, a coordenadora deixou de se posicionar perante a sala sobre as palavras impróprias utilizadas pela professora do curso, como se essa questão não tivesse tanta relevância.

Infelizmente, ainda nos dias de hoje, existe muito preconceito contra os deficientes, caso contrário este curso de inclusão nem existiria, mas propagá-lo em uma sala de aula já é demais.

Em um ano que, depois de tanta luta, conquistamos uma Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, cuja cópia segue anexa, escutar em uma sala de aula as palavras AMEBA SONOLENTA, PÉ DE ALFACE, RETARDADO E PCZÃO proferidas por uma professora, médica psiquiatra, ao se referir aos seus pacientes deficientes é inaceitável!

Diante dos fatos ora expostos, aguardo uma providência dessa Reitoria. Estou a disposição para maiores informações, se entender necessário.

Atenciosamente,

Karina Feres Pereira, pedagoga.

Fonte: Blog do Bourdoukan

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