quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sobre indignações seletivas

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por Luis Nassif


Leitores me perguntam se não vou opinar sobre o caso Kassab-Marta.

Acho abominável usar a vida pessoal de pessoas em disputas políticas ou em sensacionalismo jornalístico. O fato de Marta ter sido sua vida pessoal devassada não autoriza retaliações contra Kassab. Perdeu e bastante com a insinuação.

Agora, entrar nesse jogo de hipocrisias?

Perto da cobertura da mídia, a insinuação do comercial é absolutamente light.

Confira a cobertura da Folha.

O jornal faz um escarcéu sobre o tal comercial do PT. Clóvis Rossi mostra toda sua indignação e, como vingança, solta farpas... sobre a vida pessoal de Marta.

Surpresa? Não. Asco? Sim

MADRI - Não dá para dizer que me surpreende a campanha que Marta Suplicy lançou contra Gilberto Kassab.
Afinal, quando ela recomendou às vítimas do apagão aéreo no ano passado que relaxassem e gozassem, escrevi aqui mesmo que sua frase era parente muito próxima do "estupra, mas não mata", de Paulo Maluf. Uma e outra revelam uma cultura de profundo desprezo pelas vítimas, quaisquer que sejam os eventos que as causam.
Quem mostra dessa maneira asquerosa a sua pior face reincide fatalmente. Marta reincidiu agora. Ajuda-memória: quando Eduardo Suplicy suspendeu uma de suas campanhas para procurar o eixo, Paulo Maluf insinuou para quem quisesse ouvir que a culpa era do comportamento conjugal de Marta, então casada com Suplicy.

Ou seja, como ficou com asco com exploração da vida íntima de Kassab, resolveu levantar as insinuações sobre a vida íntima de Marta, apelando para as insinuações do Maluf.

E como a Folha tratou dessa questão de direito à privacidade do Kassab?

No alto da primeira página, a seguinte manchete:

Pergunto: o que é pior, a chamada do PT ("Kassab é casado? Tem filhos?") ou essa manchete com requintes de crueldade?

Internamente, a manchete principal sobre a sabatina de Kassab ao jornal foi a seguinte:


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