por Luis Nassif
Preste atenção nos seguintes pontos:
1. A ação do Banco Central no dólar
O BC tem dito que não mira uma cotação para o dólar e irá vender a moeda americana apenas para dar liquidez ao mercado e estabilizar a cotação do dólar. Não bate. O mercado financeiro não demanda dólar pronto. A especulação se dá com derivativos – e o BC foi o grande estimulador ao entrar na ponta compradora dos swaps. É um ponto a mais a marcar a irresponsabilidade do banco em relação à crise.
2. A ação do BC no provimento de liquidez ao sistema.
A diretoria do BC não conhece o mundo além dos jardins das tesourarias de bancos. Ao reduzir o compulsório sem amarrá-lo à concessão de crédito, apenas deu lucro de graça aos bancos, à custa do Tesouro. Os bancos receberam o dinheiro e aplicaram em títulos públicos. Será importante saber a rapidez com que o BC corrigirá seus próprios erros.
3. O tamanho da encrenca global.
Ainda não está claro o tamanho do rombo, especialmente do sistema bancário norte-americano. Fique atento a todas as informações sobre a insuficiência da ajuda americana e seus desdobramentos.
4. Brasil na crise.
Os pontos de atenção continuam sendo a extensão do estrago das operações especulativas com o subprime brasileiro e a operação de prover as empresas de liquidez.
5. Questões de futuro
Em relação ao futuro, o grande debate está sendo travado agora: se o governo vai praticar uma política pró-cíclica ou anti-cíclica. Pró-cíclica é uma política que acentua as tendências observadas na economia. Ou seja, se o mundo caminha para a recessão e a economia brasileira caminha para o esfriamento, o governo tomar medidas de contenção de gastos e de investimento. Anti-cíclico é tentar estabelecer contrapesos à tendência global. Isto é, não parar com os investimentos no PAC e com os investimentos no pré-sal, reduzir as metas de superávit fiscal.
Se prevalecer a primeira orientação – bancada pelo BC – sai de baixo. O ano que vem será de choro, ranger de dentes e aumento do desemprego.
Fonte: Blog do Luis Nassif
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