quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O PATRIARCADO RESISTE, FIRME E FORTE

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por Luiz Carlos Azenha

Eu estava numa festa de entrega de prêmios a empresários, na sala VIP, quando me dei conta: quase só havia homens. Onde estavam as empresárias? As executivas? As senadoras? As deputadas?

Mais tarde conversei com a governadora do Pará, Ana Julia, que falou do machismo e do preconceito que enfrenta no exercício do cargo.

No dia seguinte entrei num táxi e o motorista só se referia a Marta Suplicy como "aquela puta".

E agora aprovei o comentário abaixo e fiquei chateado por viver num país machista, grosseiro, insensível, tosco:

Janes Rodriguez (22/10/2008 - 09:14)
Essa situação reproduz os valores do patriarcado que ensina áos meninos, há séculos, que as mulheres lhe devem obediência. A Igreja repete isso, as Igrejas evangélicas repetem isso, e os meninos acreditam e reproduzem. É a mesma sociedade que não reconhece o direito da mulher decidir sobre seu corpo, e, ao mesmo tempo, produz uma hisper-exposição do corpo da mulher de forma a mercantilizá-lo e torná-lo de corpo humano em mercadoria. A mesma sociedade hipócrita que reivindica "o direito de saber" sobre uns candidatos e se mostra cinicamente indiganada com Marta Suplicy, cujo pecado foi decidir a própria vida e separar-se do marido para viver às claras uma outra relação. O que é honestidade de Marta para os cínicos bem pagos de plantão merce escárnio, deboche e preconceito. A mesma sociedade e o mesmo governo e a mesma imprensa que levou Eloá à morte, é a que fala em defesa da "família, com Deus, pela liberdade" e apóiam uma ditadura sem Deus, com o demônio fazendo vítimas nas torturas, dores e sofrimentos dos cárceres políticos. A mesma sociedade que não reconhece o direito da mulher decidir sobre a continuidade ou a interrupção de uma gravidez clama por redução de maioridade penal e pena de morte para crianças e adolescentes pobres. Esse foi mais um capítulo na longa noite patriarcal de domínio, controle e abuso de poder sobre os corpos e a vida das mulheres. Se não serve de exemplo, que sirva de lição.Com a conivência do goveno estadual e da polícia também machistas.

Fonte: Vi o Mundo

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