quinta-feira, 2 de outubro de 2008

José Serra falou

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por Luiz Antônio Magalhães

Em uma raríssima declaração pública sobre algum fato relevante, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), favorito à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, falou sobre a crise financeira internacional, conforme se pode ler abaixo, na versão da Agência Estado. Traduzindo o trololó do governador, temos o seguinte:

1. Se ele fosse presidente, acabaria com a política de aumentos reais do salário mínimo e do funcionalismo público. Bem, in the humble opinion deste blog, trata-se de uma das melhores coisas do atual governo, que garante o fortalecimento do mercado interno e protege os trabalhadores.

2. Se José Serra estivesse no comando, não teríamos câmbio flutuante no país. A julgar pela declaração de ontem, no Recife, Serra deixaria a moeda nacional desvalorizar e a manteria em um patamar bem diferente do atual. Ele falou em "hipervalorização", o que leva o blog a acreditar que na mão de Serra o dólar já estaria valendo no mínimo o dobro da atual cotação. Quer dólar a R$5? Chama o Serra...

3. O governador também parece ter o dom da profecia. Disse que o governo vai continuar subindo a taxa de juros e está "queimando as reservas". Até agora, dos R$ 207 bi de reservas acumuladas, o Banco Central vendeu R$ 500 milhões. Sobre juros, o mercado já avalia que o BC deve diminuir a alta ou mesmo parar de subir a taxa. Apenas conjecturando, se por acaso Meirelles realmente parar de aumentar a Selic e se o BC mantiver as reservas do jeito que estão, virá o governador José Serra a público elogiar seu correligionário que comanda o Banco Central do Brasil? Claro que não, Serra gosta mesmo é de um bom trololó...

A seguir, as declarações do eminente líder oposicionista:

Serra critica ação do governo federal na crise financeira

"Não somos uma ilha de tranqüilidade num mar de turbulência." A declaração foi feita nesta terça-feira (30) pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ao destacar que o Brasil tende a ser atingido pela crise internacional, e contradiz a avaliação feita nos últimos dias pelo governo federal. "Não sabemos em que proporção, mas o Brasil tem duas vulnerabilidades, o déficit em conta corrente ascendente e a expansão exagerada dos gastos correntes", afirmou ele, no Recife. "Para dar conta dos aumentos que se estão dando agora e se programando para o futuro, a receita real tributária no Brasil teria que crescer 9% ao ano, real", afirmou. "O quadro fiscal é complexo, não tem Lei de Responsabilidade Fiscal na esfera federal."

De acordo com o governador paulista, estas fragilidades da economia se destacam quando comparadas com outros países emergentes.
Nesta terça, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à imprensa, que a crise financeira é "muito séria" e pode ter impacto no País. "Poderemos correr riscos porque é uma recessão em caráter mundial e pode trazer prejuízos para todos nós." Mesmo assim, o presidente disse que o Brasil está "precavido".

Segundo o governador de São Paulo, o governo federal está começando a gastar reservas para manter o valor do real "claramente sobrevalorizado, diria hipervalorizado". Na sua avaliação, foi até agora "um equívoco" da gestão econômica do governo Lula ter promovido desnecessariamente uma sobrevalorização exagerada, que "neste momento, evidentemente, cobra seu preço".


Para ele, a tendência é desvalorizar e o governo deverá ficar subindo juros mais ainda para poder segurar o dólar, "como se fosse um objetivo em si", enquanto começa a queimar reservas. "A China, aliás, os países em geral não estão torrando suas reservas, o Brasil começou a fazer isso, espero que não continue", afirmou Serra.

Fonte: Blog Entrelinhas


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