domingo, 12 de outubro de 2008

A FOTO QUE NÃO INTERESSA AO PiG. OU A CRISE É DO MEIRELLES

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Ah, se o Mantega fosse o Pedro Malan ...

por Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 2000

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista


. O Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, foi quem apresentou o Presidente George W. Bush aos integrantes do Grupo dos 20, em Washington.

. Na reunião, sentaram-se, da esquerda para a direita, Ben Bernanke, presidente do Banco Central americano; Henry Paulson, Secretário do Tesouro americano; Bush; e Mantega.

. Do PiG, o Estadão, num cochilo, foi o único que deu essa foto na primeira página.

. Não tem, de fato, a menor importância.

. O Ministro da Fazenda do Brasil ao lado dos três caras que mandam no mundo – ou mandavam ...

. Ah, se fosse o Pedro Malan !

. Ah, se fosse o Armínio Fraga !

. Ah, se fosse o Luiz Carlos Mendonça de Barros (cuja reputação precede o talento) ...

. Uma das discussões em jogo é ampliar o G-8, dos países mais ricos, para um G-20, que engloba países como os Brics, Brasil, Índia e China (a Russia já está).

. Aqui, no Brasil, no PiG provinciano e golpista, sempre se considerou que o Brasil, sob a presidência de Lula, não deveria ter assento nesses clubes fechados, importantes, muito menos no Conselho de Segurança da ONU.

. Teríamos que esperar o José Serra, muito mais preparado (para que ?), assumir.

. O PiG, de resto, faz a cobertura mais catastrófica desta crise.

. Provavelmente, nem os jornais da Islândia tratam a crise com a fúria da Miriam Leitão.

. A Miriam neste domingo recebeu o apoio decisivo de Elio Gaspari, que, como a Miriam, considera que houve uma maxi-desvalorização.

. E que, segundo o Estadão, a maxi significa a crise do “sub-prime” brasileiro.

. Como diz a manchete do Globo, o mundo derreteu.

. (E o Brasil derreterá mais cedo ainda, está implícito na manchete do Globo.)

. Tivemos uma maxi, ou os diretores financeiros da Votorantim, Sadia e Aracruz deveriam ser demitidos ?

. Tivemos uma maxi ou a dívida da Globo em dólares voltou a ficar desagradável ?

. O mundo não derreteu.

. Ainda não é dessa vez que o capitalismo vai acabar.

. Quem derreteu ou terá que derreter é o Governo Lula, segundo o PiG e seus colonistas (clique aqui para ler sobre os colonistas...)

. O PiG é alarmista, porque quer aprofundar a crise e atolar o Brasil nela – até que Serra tome posse.

. É a tese do “sangramento” de Lula, concebida por Fernando Henrique, também chamada de “quanto pior, melhor”.

. A crise é grave.

. Mas, não derreteu nem derreterá o Brasil.

. A crise se tornará mais grave, se o Banco Central presidido pelo presidente do BankBoston não mandar os bancos comerciais reabrirem os financiamentos.

. Os bancos brasileiros se fecharam.

. E o Henrique Meirelles não tem peito – nem a intenção ? – de chamá-los “às falas”, como diria o Supremo Presidente Gilmar Mendes.

. Aliás, Julio Gomes de Almeida, na coluna “Mercado Aberto”, de Guilherme Bastos, na Folha (da Tarde *) – clique aqui para ler o texto do Julio – é o único que trata desse assunto: ou seja, como diz o Conversa Afiada, Meirelles joga para a platéia – clique aqui para ler.

. Diz o Julio: Meirelles pensa que a crise é de liquidez (como Paulson pensava, antes de o pacote de US$ 700 bilhões dar com os burros n’água) e não de reativação do crédito.

. Almeida sugere baixar os juros; e baixar o compulsório, desde que os bancos apliquem em financiamentos e não em compras de títulos públicos.

. Ou seja, Meirelles está duas semanas atrasado na crise.

. Não adianta nada ir a Washington.

. E muitos anos atrasado em noções elementares de responsabilidade com a coisa pública: ele não é mais presidente do BankBoston.

. Faça como Mendes, e chame os bancos “às falas”.

(*) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.

Leia o que o Conversa Afiada já escreveu sobre a crise financeira:

Clique aqui para ler "A maxi-desvalorização da Miriam. Ou como se disseminar o pânico".

Clique aqui para ler "PiG tem medo da estatização dos bancos nos EUA".

Clique aqui para ler "Medidas de Meirelles não seguram Bovespa".

Clique aqui para ler "Meirelles joga para a platéia".

Clique aqui para ler "Krugman apóia Brown: saída para a crise é a estatização".

Clique aqui para ler "Meirelles finge que não entendeu".

Clique aqui para ler "Crise: melhor colunista inglês é a favor da estatização (provisória)"

Clique aqui para ler "Acrefi: crédito para consumo já subiu mais 3% ao ano".

Clique aqui para ler "Pacote americano não é Proer".

Clique aqui para ler "Santayana: Proer de FHC socorreu banqueiros fraudadores".

Clique aqui para ler "Crise financeira internacional: estatizar os bancos ou nada".

Clique aqui ler para "Agência de risco tenta explicar por que não viu que o Lehman ia quebrar".

Fonte: Conversa Afiada

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