Maluf tem muito a contar aos tucanos da Alstom |
por Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 1149
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
“Ele (Serra) é sem escrúpulo, passa por cima da mãe”.
De Ciro Gomes, numa sabatina na Folha
. Informa Catia Seabra, repórter da Folha (da Tarde *), na pág A17, deste domingo – clique aqui para ler: – que o contrato entre a Alstom, francesa, e a Eletropaulo, assinado em 1997, no início da hegemonia tucana em São Paulo, foi devidamente arquivado em 1999, no processo de privatização.
. Clique aqui para ler tudo o que o Conversa Afiada já publicou sobre os tucanos e suas edificantes relações com a Alstom
. Diz a Folha – para variar – que o presidente eleito José Serra se prontificou, rapidamente, a colaborar com a investigação.
. Só que, uma pena !, os documentos sumiram...
. Mas, os tucanos que roubaram na Alstom ainda não podem dormir sossegados.
. A investigação se dá na Justiça suíça e francesa.
. A investigação se dá depois que a lei francesa impediu as empresas de pagar “comissão”, como essa que beneficiou os administradores tucanos.
. A investigação se dá depois de 11 de setembro, quando, sob pressão americana, países do mundo inteiro foram obrigados a fechar o cerco sobre operações de lavagem de dinheiro – para localizar transferências de terroristas.
. Os tucanos da Alstom devem levar em conta que quem pegou Maluf não foi a Justiça brasileira - muito menos a Folha, que mantém relações de “amizade colorida” com Maluf, desde o “seu” Frias.
. No Supremo Tribunal Federal, um Ministro tirou Maluf e o filho da cadeia da Polícia Federal de São Paulo, porque teve pena de ver os dois – coitadinhos, juntos, naquela situação ...
. Quem pegou Maluf foi a Justiça francesa, que chamou Maluf para uma conversinha numa agência do Crédit Agricole, em Paris.
. D. Silvia Maluf precisava fazer umas comprinhas na Rue du Faubourg Saint-Honoré e o marido foi obrigado a realizar transferência exagerada.
. Começou aí o calvário de Maluf na Justiça européia.
. E aí ele teve que pagar por uma parte de seus crimes.
. O que os tucanos da Alstom fizeram foi o que a Arthur Andersen fez com os papéis da contabilidade da Enron, nos Estados Unidos: botou fogo.
. Não adiantou a Arthur Andersen mudar o nome para Accenture.
. Não adiantou incinerar os papéis.
. Os donos da Enron foram todos condenados.
. E a Enron fechou.
. Aqui, não vai acontecer nada com os tucanos da Alstom: o problema é na Suíça, na França, nos Estados Unidos.
. Os tucanos da Alstom controlam o PiG.
. Mas não controlam o Wall Street Journal.
. Eles ainda não podem dormir em paz.
Em tempo: O ombudsman da Folha (da Tarde*) tece neste domingo inúteis comentários – clique aqui para ler – sobre uma obscura reunião anual da organização mundial dos ombudsman, realizada na Suécia. A quem interessa ? Parece a ata do último encontro, num templo da rua Benjamin Constant, no Rio, dos positivistas de Augusto Comte. É mais um dos exemplos do anacronismo provinciano da elite branca (e separatista) de São Paulo. Como se alguém levasse a sério que o papel do ombudsman da Folha (da Tarde*) é “expandir a consciência pública sobre o papel dos meios de comunicação na sociedade e refinar a relação entre eles e ela” ... Na Folha ... Mas, até o ombudsman faz minúsculo comentário ao fato de a Folha (da Tarde *) demorar a noticiar que os tucanos adoraram fazer negócio com a Alstom ...
(*) Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.
Fonte: Conversa Afiada
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