por Eduardo Guimarães
Escrevo em defesa da cidadã Ruth Cardoso, que faleceu anteontem. A mídia, desde o anúncio de seu passamento, passou a usá-la na morte de uma forma a que ela nunca se prestou em vida.
Apesar de usar para D. Ruth, dentre adjetivos mais pomposos e exagerados, a qualificação correta de “discreta”, a mídia a transformou em “alvo de luta política” por conta do “dossiê” que essa mesma mídia, em coro com o PSDB, afirma que foi feito pelo governo Lula contra a falecida e seu marido.
Não faltam manifestações políticas da mídia praticamente canonizando a correligionária tucana recém-falecida. A meu ver, ela não gostaria de ser canonizada nem por Roma, quanto mais pela mídia sensacionalista e partidarizada. A meu ver, mulher inteligente que era, apesar de menosprezada pelo marido, FHC, que teve filho com outra mulher pouco antes de se eleger presidente, D. Ruth preferiria exéquias discretas. Mas não é isso o que está acontecendo.
Já vi e ouvi dizerem que D. Ruth ocupava “cargo público” de “primeira-dama”
Já vi e ouvi dizerem que D. Ruth criou o Bolsa Família, e não Lula.
Já vi e ouvi compararem-na com D. Marisa Letícia, mulher de Lula
Já vi e ouvi dizerem que D. Ruth, ao contrário de “outras” primeiras-damas, não se meteu com “corrupção”.
Já vi e ouvi lembrarem que a recém-canonizada Ruth Cardoso era contra cotas para negros nas universidades...
Deveriam deixar que aliados e adversários políticos de D. Ruth dissessem palavras elogiosas e sentidas a seu respeito. Não deveriam usar a morte da ex-primeira-dama para atacar o governo Lula, seu titular, sua mulher, o partido de ambos e o eleitorado que os apóia. Deveriam deixar a cidadã Ruth Cardoso descansar em paz.
Fonte: Blog Cidadania.com
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