por Eduardo Guimarães
Há algumas coisas nesta vida que o partido da imprensa golpista pode agüentar, mas há outras que fariam os Marinho, Civitas, Frias, Mesquitas e aspirantes a ser eles padecerem de um xilique potencialmente fatal. Por exemplo, se Marta Suplicy se eleger novamente prefeita de São Paulo.
Pesquisa Ibope que acaba de ser publicada mostra que a possibilidade de isso acontecer cresceu muito.
Há alguns meses, uma eventual candidatura Marta Suplicy parecia inviável numa das cidades mais petefóbicas do país. Esta última pesquisa, porém, revela Marta se distanciando bem de Alckmin no primeiro turno e virtualmente empatada com o ex-governador num eventual – e provável, dados os números da pesquisa – segundo turno.
A mídia paulista aceitaria qualquer um em lugar de Marta. Suas preferências são, pela ordem:
1º Gilberto Kassab
2º Geraldo Alckmin
3º Soninha
4º Paulo Maluf
5º Qualquer um que derrote Marta.
Uma derrota de Kassab e de Alckmin para Marta seria o golpe mais duro que a mídia e a oposição a Lula poderiam receber à esta altura do campeonato. Marta é talvez mais odiada pela imprensa paulista do que Lula e a campanha na qual o presidente mais irá se empenhar será na dela.
Marta é uma mulher forte. Não hesitou em, num mundo machista, numa sociedade que, em casos como o dela, chega a parecer misógina, dar um passo que, para os homens, é visto como normal, mas que, em pleno século XXI, ainda é visto como inaceitável para uma mulher: trocar o marido por outro homem.
Quem é de fora de São Paulo talvez não saiba, e sabendo pode ser que não acredite, mas Marta perdeu a eleição para Serra, em 2004, porque se separou de Eduardo Matarazzo Suplicy. Acredite quem quiser.
Kassab dificilmente se reelege. Sofre uma enorme rejeição e não tem carisma. Está na lanterna do primeiro pelotão de candidatos. A derrota de Serra na convenção do PSDB, por não ter conseguido emplacar uma união do partido em torno de Kassab, é praticamente certa na eleição.
Serra precisa da eleição de Kassab para que não fique caracterizado que o abacaxi que ele deixou para São Paulo, ao romper promessa que fez por escrito de permanecer à frente da prefeitura paulistana até o fim do mandato de prefeito que conseguiu nas urnas em 2004, foi rejeitado pelos paulistanos. Se Kassab não se reeleger, será uma rejeição dos paulistanos ao próprio Serra.
Alckmin, se se eleger prefeito de São Paulo, será um prêmio de consolação para Serra. Seu candidato terá sido rejeitado, mas ao menos um correligionário terá vencido a eleição. Contudo, as chances de Alckmin esbarram em alguns problemas:
A – O caso Alstom, até a eleição, deverá estar bombando até na imprensa paulista
B – Falta de carisma
C – O fogo amigo que deverá sofrer durante o primeiro turno, que o fará chegar desgastado ao segundo turno.
A eleição para prefeito de São Paulo será importantíssima para a eleição presidencial de 2010. Uma vitória de Marta pavimentará o caminho do candidato de Lula à sua sucessão.
Fonte: Blog Cidadania.com
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