sexta-feira, 20 de junho de 2008

Governo afirma ter desmontado atentado contra Evo Morales

BOLÍVIA

Segundo o Ministério da Justiça, duas pessoas foram detidas com um fuzil de longo alcance e 30 projéteis ao lado do aeroporto de Santa Cruz, onde estava o presidente. Ministro acusa a oposição de direita e pede a atenção do mundo ao que se passa na Bolívia. Suspeitos foram liberados pela Justiça.

RIO DE JANEIRO – O Ministério da Justiça da Bolívia divulgou no início da tarde desta sexta-feira (20) uma nota oficial na qual afirma que a polícia boliviana “desmontou uma provável operação com o objetivo de assassinar o presidente Evo Morales”. Segundo o ministério, a tentativa de homicídio contra o presidente boliviano aconteceria na quinta-feira (19), e seria levada a cabo no aeroporto de Santa Cruz de Sierra. O departamento (estado) mais rico do país aprovou recentemente um referendo de autonomia ao governo central e concentra a maior parte da oposição de direita à Morales.

Segundo a agência Reuters, o ministro da Justiça da Bolívia, Juan Ramón de la Quintana, contou que “foram detidas duas pessoas que portavam uma arma de guerra, mais precisamente um fuzil Mauser com mira telescópica, e 30 cartuchos. Eram trinta projéteis de guerra, com efeito letal poderosíssimo, nas mãos de duas pessoas que estavam muito perto do eixo de deslocamento do presidente”.

Esta não é a primeira vez que o governo boliviano denuncia eventuais conluios entre setores conservadores do país com o objetivo de atentar contra a vida de Evo Morales. Nunca antes, no entanto, haviam sido presas pessoas que estavam aparentemente tão próximas de executar sua ação. Quintana acusou a direita boliviana pela trama: “Estão indo longe demais aqueles que deveriam se opor ao projeto deste governo apenas no cenário do debate político, e não no campo da ilegalidade e da criminalidade”, disse o ministro.

As suspeitas do governo boliviano de que o movimento político contra Morales estabelecido em Santa Cruz esteja por trás da suposta tentativa de homicídio dirigida ao presidente se fortaleceu depois que o promotor William Torres, uma das mais conhecidas autoridades judiciais do departamento oposicionista, decidiu liberar os suspeitos apenas algumas horas depois de os dois terem sido encaminhados pela polícia: “Em Santa Cruz, já está se montando uma estrutura de encobrimento do que aconteceu”, denunciou Quintana.

O ministro da Justiça pediu a atenção do mundo ao que está acontecendo na Bolívia: “Denunciamos ao país e ao mundo que, por trás dessa tentativa de magnicídio, há uma trama, um plano sinistro cujo verdadeiro alcance ainda desconhecemos, embora conheçamos as motivações de quem está por trás desse tipo de coisa. Na Bolívia, está começando a ser montado o quebra-cabeça da conspiração”, disse Quintana. O presidente Evo Morales ainda não se manifestou sobre o caso.

Fonte: Agência Carta Maior


Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: