Chico x Gabeira
por Marcelo Salles
Os deputados federais Chico Alencar e Fernando Gabeira protagonizaram interessante debate na UNIRIO, quinta-feira passada. Os candidatos à Prefeitura do Rio conversaram durante duas horas com cerca de 100 estudantes e professores e expuseram suas propostas para administrar a cidade.
Entre os temas divergentes encontra-se o sistema de governo. Chico não acredita na possibilidade de implantar o socialismo em apenas uma cidade, mas promete fazer um governo socializante, em que a pressão popular seja determinante para a conquista dos avanços de que o Rio precisa. O candidato do PSOL quer o poder público nas rédeas da administração municipal.
Já Fernando Gabeira promete um choque de capitalismo. O candidato da coligação PV-PSDB-PPS disse que a única saída para o Rio é aproveitar a dinâmica do capitalismo e desenvolver a tecnologia, as comunicações, a ciência e etc.
O discurso sedutor de Gabeira não encontrou respaldo no público presente. Enquanto falava, uma das estudantes gritava: “Abaixo o capitalismo!”, ao que ele ignorava para logo em seguida depreciar a experiência cubana e os ídolos da Revolução de 1959. O candidato verde-tucano esquece que o capitalismo é violento em sua própria essência, pois é sustentado pela mais-valia, ou seja, pela exploração do trabalhador. E, convenhamos, se esse sistema funcionasse, a humanidade já teria resolvido seus problemas faz tempo.
Chico, por sua vez, reafirmou a importância de se democratizar os meios de comunicação. É até agora o único candidato a levantar essa bandeira, assim como nas eleições de 2006 para presidente Heloísa Helena, também do PSOL, foi a única candidata a tocar no assunto durante entrevista no Jornal Nacional.
Há pelo menos duas outras candidaturas que podem defender a democratização da mídia: Jandira Feghali (PCdoB) e Paulo Ramos (PDT). Crivella, Molon, Eduardo Paes, Solange e o próprio Gabeira estão engessados pelos acordos que seus partidos possuem com os oligopólios que controlam os meios de comunicação no país.
A partir de julho, com o início da campanha eleitoral, vamos acompanhar de perto as movimentações políticas, a cobertura das corporações de mídia e as manipulações que vem por aí. Aqui o leitor vai ficar sabendo dos fatos que foram publicados, outros que foram omitidos e também os que foram distorcidos.
Fonte: Fazendo Media
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