Balanço fiscal da Alstom de 15 de maio de 2001 aponta o interesse na Eletropaulo. O documento cita o contrato "Gisel 2", com transformadores de R$ 100 milhões, como prioridade no orçamento da empresa, ao lado de subestações de gás em Singapura e Dubai e sistemas de geração de energia na Flórida. Dois tucanos chefiaram a pasta estadual de Energia na época: Mauro Arce, atual secretário de Transportes, e Andrea Matarazzo, secretário das Subprefeituras de São Paulo, muito ligado ao atual governador paulista José Serra.
Conforme a investigação vai se aproximando da cúpula tucana de São Paulo, o partido reage e faz o que sempre faz quando há denúncias envolvendo o PSDB: espalha pela imprensa que tudo não passa de uma "ação eleitoreira" do PT.
Foi o que fez o governador José Serra ontem (2). Segundo ele, a proposta de criação de uma CPI no Congresso para investigar denúncias de irregularidades nos contratos firmados entre o governo paulista e a Alstom faz parte do "kit PT" em época eleitoral.
"Isso é eleitoralismo, é o kit PT", bradou Serra, esquivando-se de dar maiores explicações sobre as suspeitas que envolvem diversas lideranças de seu partido.
Apesar de tentar culpar o PT pela alimentação das denúncias, a reação de Serra foi à iniciativa do deputado João Bacelar, que é do PR da Bahia. O parlamentar pretende reunir as 171 assinaturas necessárias para criar a CPI da Alstom entre os 513 parlamentares.
Na Assembléia Legislativa de São Paulo, os petistas cobram do governador apoio à apuração do caso. "É uma saída fácil, pouco inteligente do governador, falar em interesse eleitoral", disse o líder da bancada do PT, deputado Roberto Felício.
Da redação, com agências
Fonte: Vermelho
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