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A história da pedagoga Denise Lara, de 31 anos, mostra um problema básico das cidades brasileiras. Poucas contam com a coleta seletiva de lixo. E, quando dispõem do serviço, os caminhões não costumam atender a todas regiões. Denise se deu conta desse problema na cidade de São Paulo, a maior do país, quando resolveu fazer a sua parte para preservar o meio ambiente. Ela contou sua saga em busca da coleta seletiva para o Blog do Planeta. E diz que não vai desistir.
(por Marcela Buscato)
“No prédio onde eu moro, na cidade de São Paulo, não há um programa para separar o lixo reciclável do orgânico. Resolvi entrar em contato com a Prefeitura para saber se o caminhão da coleta seletiva passava na minha rua. Assim, eu poderia separar pelo menos o meu lixo e incentivaria outros moradores a fazer o mesmo.
Liguei para o 156, o serviço de informações da Prefeitura de São Paulo. A atendente demorou uns bons 30 minutos até me dizer eu deveria ligar em dois dias, com o número do protocolo que ela havia me dado em mãos, para saber o dia e horário da coleta. No dia seguinte, uma atendente da empresa que faz a coleta para a Prefeitura entrou em contato comigo. Confesso que fiquei feliz e surpresa com a rapidez no atendimento. Descobri que o caminhão de coleta seletiva passa em várias ruas nas redondezas do meu prédio, mas não especificamente na minha. Fiquei muito indignada! A atendente me deu outro número de ocorrência e me informou que, para o meu endereço ser incluído no roteiro do caminhão da coleta, levaria de 40 a 60 dias. Ela disse que, se a empresa adotasse um procedimento diferente desse, seria multada pela Prefeitura. Olha só que novela! Eu acho que quem deveria levar uma multa é a Prefeitura, que não consegue organizar a coleta seletiva. E, quando algum cidadão pensa em fazer algo sozinho, esbarra nessas burocracias. Eu entrei em contato apenas para saber o dia e o horário da coleta seletiva e ganho um número de protocolo, um número de ocorrência, uma espera de 40 a 60 dias e nenhuma solução.
Não pretendo desistir de ter a coleta seletiva na minha rua e no meu prédio. Meu próximo passo será falar com o síndico do meu edifício. Separar o lixo é um dever das pessoas. Imaginem que só na quadra onde eu moro há uns 10 bares. E é bem provável que nenhum deles recicle o lixo. Se pelo menos eu conseguir implantar essa ação no meu prédio e, depois na minha rua, já será um benefício para natureza. Até não ter uma resposta da Prefeitura, continuo separando o lixo orgânico do reciclável. Amarro bem as sacolas e acho que pelo menos facilita a separação. Não sei o que acontece com o lixo depois que ele é recolhido pelos caminhões comuns. Mas provavelmente o reciclável não terá uma destinação correta, como teria se fosse coletado separadamente.”
Fonte: blog do Planeta
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