Na foto, o colonista da Folha que não noticiou o desembarque na Normandia
por Paulo Henrique Amorim
O colonista (*) Clovis Rossi, da Folha (**), é o “cosmopolita” do sótão.
Fica em cima, na página 2.
O “cosmopolita” do porão é a Eliane Catanhêde.
Eles falam SOBRE A “Metrópole”.
É diferente do Elio Gaspari, que fala como se fosse DA “Metrópole”.
Clovis Rossi passou a vida a cobrir eventos internacionais de relevância econômica.
Davos, ele não perdeu um.
Rodadas de comércio.
Reuniões do G-7, G-8.
Estava sempre lá.
Era o Ed Murrow (***) da Folha (**) para cobrir a III Terceira Guerra Mundial, a Guerra da Economia.
Era como se Rossi estivesse em Londres, à espera de um novo bombardeio nazista.
Aí, quando os países ricos, sob a pressão dos pobres, aceitam que a nova instância de discussão dos problemas econômicos mundiais seja o G-20 – onde o Brasil tem papel relevante – e, não mais, o G-8 dos ricos, Rossi se esqueceu de avisar aos leitores da Folha(**).
É como se Murrow(***) não desse a notícia do desembarque da Normandia.
Rossi fez como a CIA, que passou a vida inteira a esperar a queda do Império Soviético e, quando o Império Soviético ruiu, a CIA não avisou a ninguém.
Agora, Rossi resolveu se deslocar para Honduras.
E, na primeira página da Folha conclama o Governo brasileiro a devolver Zelaya ao governo de “fato”, aos golpistas que fecham rádio e tevê em Honduras..
Interessante.
É como se o Governo brasileiro fizesse como a “tigrada” da Operação Condor: entregar os prisioneiros políticos aos seus governos de origem.
A Folha (**) entende de ditabrandas.
Uma especialidade da casa.
FHC, Zelaya, G-20: Lula pula outra barreira do racismo brasileiro
E aqui para ler a entrevista que Rossi fez hoje com o representante o Brasil no FMI, Paulo Nogueira Batista. Uma espécie de mea culpa: veja amigo leitor, eu percebi que o G-20 tinha substituído o G-8.
(*)Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (****) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**)Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele acha da investigação, da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.
(***) Ed Murrow foi o repórter americano por excelência que, de Londres, cobriu a Segunda Guerra Mundial. Ele criou bordão – “This is London” – que, para os americanos, se associou indelevelmente à idéia de bom jornalismo, em tempos de Guerra. Murrow formou um núcleo de repórteres na rádio CBS para cobrir a Guerra na Europa. Depois, transferiu-se com a equipe para a rede CBS de televisão. Eram os “Murrow Boys”, que, por décadas, deram à CBS a reputação de ser a jóia da tevê americana. Murrow ancorou o programa jornalístico que destruiu a carreira do então herói do PiG (****), Joseph McCarthy, o maior de todos os anticomunistas e padrinho de Richard Nixon. Isso custou a carreira a Murrow. O dono da CBS, Bill Paley, não resistiu à pressão dos anunciantes – a Alcoa, à frente – e mandou Murrow embora. Murrow é autor de outro bordão (como dizia o Boni, não se faz tevê sem bordão), “Boa noite e boa sorte”, título de filme excelente sobre a queda da Murrow.
(****)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
Fonte: Conversa Afiada::
Postagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário