A edição de Carta Capital que chega hoje às bancas traz como reportagem de capa “A tragédia da privatização”, que mostra como o modelo de desmonte do setor elétrico durante o governo FHC fez o Brasil ter uma das tarifas de energia mais altas do mundo.
O texto, de Luiz Antonio Cintra, destaca o trabalho quase anônimo de uma CPI que atua há três meses longe dos holofotes da mídia. O início dos trabalhos teve como base um estudo, produzido por economistas do BNDES, que aponta as disparidades do modelo energético brasileiro.
“Somos líderes no ranking mundial, à frente de países com renda per capita muito superior à brasileira, como Japão e Alemanha. De 1995 a meados de 2008, data de publicação do estudo, a tarifa média teria subido nada menos que 398%. No mesmo período, os salários, corrigidos pelo IPCA, subiram bem menos, apenas 164%”, sustenta o texto da Carta Capital.
Na mesma edição, outra reportagem também aborda a privatização no setor energético. Sob o título “Gás asfixiante”, o texto de Sérgio Lírio demonstra como grandes indústrias paulistas vêem ganhos exorbitantes da Comgás, querem mudar os critérios de reajustes das tarifas e ameaçam ir à Justiça.
Os empresários acham um exagero uma concessionária monopolista de serviços públicos – privatizada pelo governador Mário Covas, em 1999 – ter uma rentabilidade sobre o patrimônio de 45% (não é bem um exagero, é uma obscenidade – opinião do Conversa Afiada).
É uma briga entre a FIESP e empresários da Associação Brasileira da Indústria de Vidro – Abividro. Os industriais e a Abividro acreditam que a Comgás embolsou R$ 1 bilhãos que deveria na verdade ter ficado com os consumidores.
No centro do problema está um parecer do economista Gesner Oliveira – fiel escudeiro de Zé Pedágio e hoje presidente da empresa de publicidade do governo, a Sabesp. E, a certa altura, como consultor, deu um parecer favorável a quem? Aos ingleses donos da Comgás, em prejuízo do consumidor brasileiro. Uma questão de estilo
Fonte: Conversa Afiada::
Nenhum comentário:
Postar um comentário