sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Demo-tucanos devem rezar para CPI da Petrobrás não dar em nada!

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CPI: o tiro pode sair pela culatra

CPI: o tiro pode sair pela culatra


Extraído da excelente coluna Rosa dos Ventos, de Maurício Dias, na Carta Capital que está nas bancas:

O jardim do entreguismo

por Maurício Dias - na Carta Capital



O debate em torno do marco regulatório do pré-sal mostrou toda a irrelevância da CPI da Petrobras, criada pela oposição para fugir do enfrentamento com a verdadeira agenda das questões mais importantes para o País. Questões que o governo Lula entrega para o debate.

Mas essa não é a única razão a impedir a CPI de atingir os objetivos políticos subalternos que nortearam a sua criação. Não é preciso ser especialista em águas profundas para descobrir outros motivos, capazes de anular as investigações sobre todos os patrocínios solicitados por parlamentares e concedidos pela estatal durante o governo FHC. Eis alguns exemplos:

• O senador peemedebista Pedro Simon, em 2000, endereçou documento à presidência da empresa pedindo a construção de uma usina termoelétrica em Canoas (RS). E ainda indicou a fonte de energia: “Gás da Argentina”...

• O hoje governador do Distrito Federal, à época senador pelo PSDB, pediu patrocínio para a publicação do Guia do Século XXI e para o filme Veias e Vinhos, uma História Brasileira, além de interceder em favor do longa-metragem Sorria, Jesus te Ama!

• Arruda encaminhou um projeto de financiamento que fez sucesso na Petrobras: Declare Amor à Vida Correndo. A grana saiu rapidamente.

• Hoje, brigando com a estatal por questão dos royalties, o governador capixaba, Paulo Hartung, solicitou ajuda financeira para o Congresso Internacional de Psicanálise, realizado em agosto de 2000. E Sérgio Cabral, governador do Rio, também brigando pelos royalties, pediu dinheiro para a restauração do Convento de Nossa Senhora do Carmo.

• O petista carioca Carlos Santana, em 2001, em plena oposição, batalhou pelo projeto Acorda Zumbi e Renato Viana (SC) pleiteou verba para financiar a VI Corrida da Fogueira Grená, em Blumenau.

• O então senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), chefe da assessoria técnica da oposição na CPI, bicou a estatal apesar de o tucanato tentar privatizá-la: a assinatura dele chancela desde um projeto musical intitulado Isto É o Rasqueado de Mato Grosso para o Brasil até uma gorda verba para o XXI Festival de Pesca de Cáceres.

• Lúcio Alcântara (PSDB-CE) foi o padrinho de um Festival de Jazz e Blues, em 2002, enquanto o paraibano Ronaldo Cunha Lima insistiu muito num capilé para o Presépio Vivo do Natal de Campina Grande.
• O deputado federal Josué dos Santos Ferreira (PL-SP) batalhou a verba de 73 mil reais para um livro intitulado Os Meandros do Congresso Nacional.

• O projeto teatral Você Tem Que me Dar seu Coração foi apadrinhado pelo deputado federal Paulo Baltazar (PSB-RJ), que, não satisfeito, pediu mais dinheiro para A Outra.

• O deputado monarquista Cunha Bueno (SP) intercedeu em favor de um adjutório para a Federação Paulista de Karatê, e o colega dele, Pedro Chaves (DF), queria dinheiro para os “torneios de pelada no entorno sul de Brasília”.

• O tucano Luiz Carlos Hauly (PR), um dos maiores frequentadores do caixa de patrocínio da empresa, conseguiu levar 200 mil reais para o Festival de Teatro de Londrina. Ao mandar fax agradecendo, aproveitou e pediu mais 50 mil reais “pela importância do evento”.

Há pedidos, e são muitos, de senadores e deputados em favor de empresas de amigos, capazes de provocar mais um temporal sobre o Congresso.



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ANDANTE MOSSO


Lula surfou na marola

Às vésperas do aniversário de um ano da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro, pesquisa Vox Populi mostra que o presidente Lula atravessou incólume a tempestade.
Apesar dos reflexos no Brasil, menores do que se previa e maiores do que se desejava, o índice de aprovação do governo apontava, no fim de agosto, um número excepcional: 87%, na soma dos índices “ótimo”, “bom” e “regular positivo”.

Filho de Pernambuco

O melhor desempenho é alcançado em Pernambuco, terra de Lula, onde foi registrado um recorde histórico
de aprovação do governo: 93%.
Entre os gaúchos a avaliação é menor: 82%. Pesa no resultado, o mais baixo porcentual (13%) no índice “ótimo”.

Aprovação e eleição

Em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do País, a aprovação
do governo também surpreende.
Os 87% de apoio dos paulistas expressam o mesmo porcentual da aprovação total. São Paulo, Minas e Rio agrupam cerca de 45 milhões dos quase 130 milhões de eleitores brasileiros. Isso representa, aproximadamente, 43% dos votos do País.
A questão eleitoral deixa uma dúvida: quanto desses votos pode ser transferido para a ministra Dilma Rousseff?

Troco

Contra-ataque de José Roberto Batochio, ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil,
a um blogueiro que o socou abaixo da linha de cintura, mas, ficou de guarda baixa: “Ele não vai transformar
a minha reputação em pó”.
Levou um direto no nariz.

Operação Protógenes

Não há surpresa com a opção do ex-delegado Protógenes Queiroz, que piscou para o PSOL, PDT, PSB
e casou-se com o PCdoB.
“Ele tem o direito de escolha. Surpreendente, para nós, foi a declaração de amor ao Lula. Quando conviveu no PSOL, ele falava a língua da ala mais oposicionista do partido”, diz o deputado Chico Alencar.
Alencar acha que erraram ao participar de uma “mistificação política”. Para ele isso ficou claro quando, em comício no Rio ao lado do ex-delegado, viu uma faixa em que se lia: “Proteja-nos, Protógenes”.

Fantasma de Cabral

O prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Lindberg Farias, virou mesmo um fantasma para
o governador do Rio, Sérgio Cabral.
Constantemente vaiado nas suas aparições públicas, mesmo ao lado de Lula, Cabral acha que é vitima de uma claque organizada por Lindberg.
Mas o que assusta mesmo o governador é a insistência do prefeito em manter a aspiração de se tornar candidato do PT ao governo estadual.
“Só retiro o meu nome se o presidente Lula me pedir”, repete há meses. E Lula até agora não pediu.

Bilhete de Faoro

Lula vai indicar mais um ministro, o oitavo em sete anos, para o Supremo Tribunal Federal, na vaga aberta com a morte do ministro Carlos Alberto Direito.
Talvez tenha chegado a hora de reler um bilhete que ele recebeu, em 2003, das mãos do então ministro do STF, Sepúlveda Pertence. No leito do hospital, de onde não sairia, Raymundo Faoro rabiscou algumas linhas apresentando ao presidente o advogado Luís Roberto Barroso, um dos “ministeriáveis” para a vaga no Supremo. Lula tem mais uma chance para resgatar ou rasgar o bilhete de Faoro.

Na mira de Lula

Dilma Rousseff terá um palanque heterogêneo, em Goiás, na eleição de 2010. Reunirá Henrique Meirelles, candidato a governador e ainda sem partido, Delúbio Soares, candidato a deputado pelo PT, o ex-governador Íris Resende, além da bandeira do PCdoB, entre outros.
Essa variedade política foi articulada pacientemente pelo presidente Lula. O fator aglutinador é o senador Marconi Perillo, candidato tucano ao governo, por quem Lula guarda desprezo insuperável.
Na crise gerada pelas denúncias de Roberto Jefferson, em 2005, Perillo declarou, sem a mais escassa prova, de que já alertara Lula sobre o suposto “mensalão”.

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A lei e a ordem

Curso das vivandeiras

Não se sabe a razão, mas, daqui a alguns dias, o MPM vai coordenar, em Brasília, um “curso de aperfeiçoamento” para os procuradores com vários palestrantes estrangeiros.

Dos Estados Unidos, por exemplo, virá um Ph.D., Arnoldo Vela, apresentado como especialista em Estudos Latino-Americanos. Ele vai tentar cruzar o pantanoso tema dos “Aspectos legais da participação das Forças Armadas em área de segurança pública”.

Na terra do doutor Vela, todos sabemos, existe desde 1878 o Act Posse Comitatus, que proíbe a atuação das Forças Armadas na ordem interna. No Brasil, a Constituição, até recentemente violada com frequência nesse aspecto, determina que para botar a tropa na rua há uma incômoda exigência legal.

Muito tempo depois de ser levado de um lado para o outro cumprindo ilegalmente papel de polícia, o Exército reagiu. O relatório de um simpósio realizado em 2007 no Centro de Estudos Estratégicos advertiu: “O emprego das Forças Armadas na preservação da ordem pública é medida somente recomendável quando houver decretação do estado de defesa, do estado de sítio (...) ou intervenção federal. Qualquer outro arranjo implica riscos ao Estado de Direito e às próprias Forças Armadas”.

Não há muito mais a discutir sobre o assunto.

O Exército conhece o caminho.


Fonte: Carta Capital

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Um comentário:

Daniel Pearl Bezerra disse...

ALEXANDRA,
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