"É que nem o Serra: não faz nada"
por Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 1195
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
“Ele (Serra) é sem escrúpulo, passa por cima da mãe”.
De Ciro Gomes, numa sabatina na Folha
. De que foge o presidente eleito José Serra ?
. Dos estudantes das escolas estaduais ?
. Dos estudantes da USP ?
. Do engarrafamento em São Paulo ?
. Do fantasma dos sete mortos na cratera do Metrô ?
. Do Promotor que vai pra cima dos dirigentes do Metrô e dos funcionários das empreiteiras que abriram a cratera ?
. Do contrato “porteira fechada”, que ainda vai, como dizem os paulistas, “aprontar” uma pra ele ?
. Do fantasma do Coronel Hermínio, que combatia a corrupção na Polícia e cujos assassinos não se sabe quem são ?
. Do Abadía, que entende da matéria e disse que, enquanto não se fechar o Denarc, não acaba o tráfico de drogas em São Paulo ?
. Do ínclito delegado Tanganelli, que tirou férias ?
. Dos promotores de São Paulo, que não deixam a Polícia de São Paulo incinerar farinha de trigo como se fosse cocaína ?
. Do aumento de impostos para financiar as obras do Metrô ?
. Do engarrafamento em cima da ponte “bonitinha, mas ordinária”, a ponte “seu Frias”, que liga o engarrafamento do lado de cá ao engarrafamento do lado de lá ?
. Da candidatura de Geraldo Kassab ?
. Da candidatura de Gilberto Alckmin ?
. Dos presidentes do Bradesco, Itaú e Santander, que querem participar do leilão da Nossa Caixa ?
. Da irmã do Daniel Dantas ?
. Do Aécio Neves ?
. Do Fernando de Barros e Silva, que, ontem na Folha (da Tarde *), na pág. 2, “Geraldo Kassab”, disse que Serra, como não pôde ir a Marte, foi para Tóquio (*2) ...
(*) Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.(*2) Barros e Silva é um privilegiado. O Conversa Afiada tentou seguidamente no Palácio dos Bandeirantes saber onde estava o presidente eleito. O Conversa Afiada perguntou aos funcionários Ricardo Meyer e Juliano Nóbrega. Lá, no Palácio, não se sabe. Na Folha, sim ...
Em tempo:
Diálogo rápido com um motorista de táxi, num engarrafamento em São Paulo às 21H30M de ontem, segunda-feira, dia 16:
- Como se resolve isso, meu ?
- Com a Ponte “estaiada” (a tal “bonitinha, mas ordinária”), respondi. (*3)
- Qué é isso, meu. Aquilo vive engarrafado.
- Então, só com metrô.
- Então: por que o Serra não faz o metrô ?
- Porque não tem grana.
- E como é que ele pode arranjar grana ?
- Só tem um jeito, disse eu. Só se ele aumentar os impostos.
- Você tá brincando comigo. Mais imposto ? Sem essa, meu.
- É o único jeito.
- E por que não derrubam o Minhocão e fazem uma passagem por baixo.
- Não resolve e é muito caro. Além do mais, eu disse, acho o Minhocão muito bonito.
- Que é isso, meu ... aquilo ?
- É, mas eu acho, desculpe. Gosto não se discute, ponderei. Nem gosto, nem religião, nem futebol, não é isso ?
- É, você tem razão. (Silêncio.)
O engarrafamento não se movia.
- E o Dunga, hein, meu ?, ele perguntou.
- Vamos tomar um ferro da Argentina, vaticinei.
- Você quer saber, meu ?
E ele sentenciou:
- O Dunga é o Serra do futebol: não faz p ... nenhuma.
(*3) Só em São Paulo se imagina que alguém possa chamar uma ponte de “estaiada” ...
Fonte: Conversa Afiada
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