quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Serra foge da chuva como fugiu da cratera do metrô. E como Bush fugiu do Katrina

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Na foto, cartaz de Nova Orleans, também visto ontem em São Paulo – “o legendário José Serra não está nem aí para aos negros”

Na foto, cartaz de Nova Orleans, também visto ontem em São Paulo – “o legendário José Serra não está nem aí para aos negros”



Serra foge da chuva como fugiu da cratera do metrô. E como Bush fugiu do Katrina

por Paulo Henrique Amorim

O caderno “Cotidiano” da Folha (*****) dedica quatro páginas, – fora a primeira – ao dia de caos que São Paulo viveu. (**)

Sete pessoas morreram (tanto quanto na abertura da cratera do metrô).

Quem melhor resume a situação calamitosa é o jornal Agora, o único que merece ser lido em São Paulo:

“Minhocão alagado. Obra de Kassab.”

(Para o amigo navegante que não mora em São Paulo, duas explicações. Minhocão é um elevado construído por Paulo Maluf, uma das aberrações que a arquitetura contemporânea já concebeu. Por definição, não deveria alagar, já que ele sobe e desce … Kassab, Geraldo Kassab (não confundir com Gilberto Alckmin) é o poste de Serra.)

Continua o Agora:

“Lixo espalhado entope as galerias. O lixo na alça de saída do Minhocão está acumulado há quinze dias. Elevado é fechado por duas horas. Marginais bloqueadas.”

A única referência a uma autoridade pública aparece no Estadão, onde Kassab põe a culpa na Marta.

Essa é outra característica dos tucanos de São Paulo, amigo navegante: quando a coisa fica feia, a culpa é da Marta...



por Paulo Henrique Amorim


O Governador de São Paulo tomou uma única atitude no dia de ontem: cancelou uma entrevista coletiva, por causa do mau tempo.

Clique aqui para ler “Chuíça (*) – Serra cancela coletiva por causa do mau tempo”

A coletiva não era para falar da crise em que a cidade se abatia.

A coletiva era para falar do combate ao fumo, a única coisa que ele imagina que possa ser sua bandeira de candidato a Presidente …

Serra foge.

Esse é um traço da sua personalidade de homem público.

Quando a porca torce o rabo, ele desaparece.

Até hoje, três anos depois, ele foi incapaz de dar ao povo de São Paulo uma única declaração sobre o que aconteceu e que providências tomou depois do rompimento da cratera do metrô.

Ao contrário: preservou as empreiteiras e ampliou a participação delas no chamado “Robanel dos Tunganos”.

Zé Pedágio é o George Bush.

Quando houve o Katrina, Bush se trancou na Casa Branca diante da televisão, por causa de um jogo de futebol muito importante.

Foi aparecer dias depois, quando os mortos boiavam nas ruas.

A tragédia do Katrina foi em Nova Orleans, onde moram muitos negros e pobres.

A enchente de São Paulo também é assim: quem morre são os pobres.

Por isso, Serra foge.

Como Bush.

Clique aqui para ler “O preconceito contra os nordestinos é a agenda secreta da eleição de 2010

Por falar em água, clique aqui para ler sobre o naufrágio de Serra, segundo Luís Nassif


(*) Chuíça é o que o PiG (****) de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

(**) No dia em que a cidade de São Paulo assistiu, perplexa, pela televisão, o lixo a boiar nas ruas alagadas, porque não há coleta de lixo no centro da cidade e nos bairros pobres, o colonista (***) da Folha (*****), Gilberto Dimenstein tem a insensibilidade de publicar uma colona (***) sobre um artista que transforma “lixo em ouro – Rubens Matuck aplica folha de ouro a madeira e desenha, por cima, as árvores que já plantou em São Paulo”. Dimenstein rotineiramente descreve São Paulo como se fosse Lucerne na Suíça. Agora, manda distribuir brioches. Só a Folha (*****), mesmo …

(***)Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (****) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(****)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(*****)Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele acha da investigação, da “ditabranda”, do câncer do Fidel, da ficha falsa da Dilma, de Aécio vice de Serra, e que nos anos militares emprestava os carros de reportagem aos torturadores.

Fonte: Conversa Afiada

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