terça-feira, 8 de setembro de 2009

Petrobras ou Petrobrax: 90 dias é pouco pra decidir?

::


http://msrb.files.wordpress.com/2008/05/uncle-sam.jpg


Rogério Mattos Costa escreve, para o "Escrevinhador", sobre a regulamentação do pré-sal.


Dez anos mais noventa dias: é tempo suficiente.

“Enganaram-nos uma vez, mas da segunda não. A hora é agora, não depois da eleição”

por Rogério Mattos Costa(*)


Nesses tempos bicudos, de tucanos e demos nervosos, a sacudirem seus penachos, tridentes, chifres e pés de bode frente à mudança das leis sobre o petróleo brasileiro, nada melhor que usar o bom senso.
Vamos lá, então, usar o bom senso e responder à pergunta: é pouco tempo o prazo de noventa dias, estabelecido pelo rito da urgência constitucional, usado pelo presidente Lula para pedir ao Congresso Nacional que aprove ou rejeite as novas Leis do Petróleo?
Queixam-se demos e psitacídeos que noventa dias é muito pouco para os representantes do povo brasileiro no congresso dizerem se são a favor que a Petrobrás , que descobriu a gigantesca reserva de petróleo do pré-sal, explore o petróleo que está lá embaixo.
Ou então, se acham que é mais adequado deixar que americanos e ingleses o retirem de lá, levem-no embora e paguem-nos apenas trocados em “royalties” e impostos.
O estelionato eleitoral de FHC: como foi que acabou o monopólio da Petrobrás.
Em 1997, demos e tucanos também aprovaram, à “toque de caixa”, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, as leis que acabaram com o monopólio criado por Getulio Vargas.
Vale lembrar que eles conquistaram maioria no congresso graças ao golpe que foi “a decretação do dólar a um por um com o real”, valor mantido artificialmente com um empréstimo de 31 bilhões de dólares do FMI, a juros de 26%. Um montão de dólares que o Banco Central vendia no mercado, quando o dólar subia, para forçar a baixa. Até a eleição passar...
Empréstimo que apenas recentemente, acabamos de pagar, mas que rendeu a eles na época, a eleição do presidente FHC.
E rendeu, de quebra, a maioria no congresso com a qual aprovaram rapidamente, a venda não só dos campos de petróleo sob as águas territoriais brasileiras, mas o minério do subsolo, as linhas e centrais telefônicas e elétricas.
Um golpe que faz com que hoje o povo brasileiro pague uma das mais altas tarifas desses serviços em todo o mundo.
Vale lembrar também que, para poderem ganhar essa maioria demos e tucanos não disseram, antes das eleições, ( como Lula está fazendo agora ), que se eles ganhassem, as leis iriam mudar para permitir vender empresas e riquezas do estado brasileiro.
Ganharam a eleição escondendo do povo brasileiro suas verdadeiras intenções. E portanto mentindo ao povo, para roubar suas riquezas.
Isso foi estelionato, previsto no famoso artigo 171 do código penal.
Lembram dos cinco dedos que na televisão Fernando Henrique Cardoso dizia que eram os cinco pontos de seu programa? Nenhum deles era a venda de empresas estatais.
E o prazo agora, será mesmo só de noventa dias?
Hoje demos e tucanos são minoria no Congresso.
Agora, alegam Suas Excelências, “que precisam pensar melhor”, pois corremos o risco de não conseguirmos explorar o pré-sal, pois “não temos tecnologia”, “não temos dinheiro”, “somos incompetentes”, “empresas estatais não funcionam”, etc,etc.
Ou seja, DEM, PSDB e seus aliados do PPS usam os mesmos argumentos pró-Estados Unidos que usavam Carlos Lacerda e a UDN, partido que foi o antecessor da ARENA, do PDS, do PFL e agora dos DEMOS.
A UDN era um partido americanófilo e golpista, que abrigava políticos financiados e eleitos com um enorme Caixa Dois Único, através de dois “institutos” chamados IBAD e IPES, mas com origem na representação da CIA no Brasil, situada na embaixada dos Estados Unidos da América do Norte, no Rio de Janeiro. Vale à pena pesquisar na internet por esses nomes e siglas.
Faz dez anos que esse modelo de exploração do petróleo por concessões, aprovado a toque de caixa por suas Excelências aí está.
Mas será que esses dez anos e ainda mais noventa dias é pouco tempo?
Será que não deu para ver que se não fosse a Petrobrás, nos últimos anos, ter investido 240 milhões no pré-sal, essa riqueza teria ficado lá embaixo, guardada talvez para que aquelas empresas que financiam suas campanhas eleitorais, o achassem mais tarde?
Faz já dez anos que Vossas Excelências tiveram a oportunidade, por meio de um estelionato eleitoral, de implantar esse modelo perverso, onde o Brasil leiloa parte de suas águas territoriais para os estrangeiros procurarem petróleo e se quiserem, explorá-lo ou se não quiserem deixarem o poço lacrado, devolverem metade do campo leiloado, deixando ao Brasil apenas migalhas.
Será pouco tempo, dez anos?
Ou será que, em dez anos, suas excelências “não tiveram tempo para pensar” se esse modelo “era bom” ou se “era ruim” porque, para Vossas Excrescências, esse modelo atual é muito bom.
Ou melhor, é ótimo, pois é ótimo para aqueles que pagam suas campanhas, exatamente para que Vossas Senhorias sejam reeleitos e garantam no Congresso, que fique tudo como está?
Mas se, para Vossas Excelências, dez anos foi pouco, para a nossa Petrobrás foi tempo suficiente.
Para a nossa Petrobrás, que os senhores quiseram desmontar para vender aos pedaços, mudando até o nome, para Petrobrax, e que chamavam de “ultimo dinossauro da Era Vargas”, como disse seu líder Fernando Henrique Cardoso quando era presidente, esses dez anos foi mais do que suficiente.
A Petrobrás que os senhores queriam vender como um traste velho, fez o seu dever de casa: investiu bilhões e não só levou o Brasil à auto-suficiência, mas descobriu e mapeou uma das maiores jazidas de óleo leve do mundo, de excelente qualidade, que é mais difícil de explorar porque fica mais fundo...
Mas que todos os estudos dos especialistas de verdade, de dentro e de fora do país, dizem que compensa investir e retirar por nossa conta.
Mas atenção senhores: eu me refiro aos especialistas de verdade e não aos “especialistas de aluguel”, que falam aquilo que o chefe de reportagem da emissora mandou o repórter gravar com alguém que tenha cara de estudioso, com jeito meio maluco, na frente de uma estante cheia de livros, para compor um cenário apropriado.
E para isso, nesses anos a nossa Petrobrás tornou-se reconhecidamente “a campeã” das águas profundas, tornando nosso país auto-suficiente e exportador de petróleo.
Já nos enganaram uma vez. A segunda, não! A hora é agora, antes da eleição!
Agora está aí o caso, nas mãos de Vossas Excrescências. Já passaram dez anos. O modelo de concessões já foi suficientemente testado. E não funcionou.
Os seus amigos, das empresas estrangeiras, que vossas Excrescências tanto defendem e com quem tanto se preocupam, não descobriram quase nada de petróleo novo no Brasil. Nem investiram quase nada. Quem investiu foi a nossa querida “dinossaurinha”, que seu governo, de FHC, quando pode, queria vender, queria entregar. Leia mais aqui.
A Petrobrás investiu e achou.
Se ela achou, é dela.
E achado não é roubado, senhores!
Ou Vossas Excrescências querem que o pré-sal que a Petrobrás achou, seja de outros, dos seus amigos, que pagam suas campanhas eleitorais através das empreiteiras e fornecedores que trabalham para eles ?
Se quiserem, votem assim como desejam, Excelências. Votem a favor das empresas estrangeiras! Fiquem à vontade para fazer isso. Mas façam.
Nós estaremos vendo e ouvindo suas idéias, vontades e pareceres, mas não as guardaremos mais conosco: suas palavras estarão todas na internet, em milhares de sites e de blogs, que suas excrescências não conseguirão calar nem dominar, como dominam a imprensa desse país.
E como querem fazer agora, com a nova lei da Internet que o Senador Azeredo, tucano e o Senador Marco Maciel, vice presidente do tempo da ditadura, querem aprovar de qualquer maneira.
Nós, os brasileiros, aos milhões, estaremos de olho em Vossas Excelências, acompanhando atentamente a opinião de cada um dos senhores.
Principalmente, a forma como suas excrescências emplumadas e chifrudas, votarão no congresso.
E como numa corrente, transmitiremos a outros brasileiros o seu comportamento. A punição ou a reeleição estão ao alcance da mão, senhores deputados e senadores.
Vossas Excelências não queriam derrubar o Senador Sarney da presidência do Senado, para “moralizar a Casa”? Então aí está a grande oportunidade de moralização. Será o povo, soberano, com seu voto, que irá moralizar o senado e não Vossas Excelências.
Por isso a hora da decisão sobre a lei do petróleo é essa e não poderia ser melhor!
E não depois que estiverem confortavelmente sentados em suas novas cadeiras, com novos mandatos, com mais 8 e 4 anos de mandatos novinhos...
A hora é exatamente agora! É exatamente essa! Por isso Lula é um excelente político.
E não depois que cobrarem-se as propinas adiantadas, tendo os subornados quatro anos ainda para o povo esquecer como votaram.
Por isso, um refrão se ouve cada vez mais forte, quando existem atos públicos sobre o pré-sal:
“Nos enganaram uma vez.
Da segunda, não.
A hora é agora,
antes da eleição!”
Pensem bem, senhores, no que vão fazer. E em como querem que seus filhos e netos se lembrem de vocês.
Dez anos e noventa dias são 3740 dias! É tempo mais do que suficiente para vocês pensarem e nos dizerem se são a favor ou contra o seu país.
Pensem bem: são a favor do povo mais pobre, dos remediados e até mesmo dos brasileiros ricos, que precisam dos recursos do pré-sal para assegurar uma nova qualidade de educação, de atenção com o meio ambiente e de vida. Ou sua maior preocupação é o que dirão as empresas estrangeiras de petróleo que cobiçam o pré-sal?
Precisamos de uma nova e verdadeira Independência, senhores! E então? Podemos contar com seus votos? Estarão conosco ou contra nós?

*Rogério Mattos Costa, 56, é carioca, jornalista, reside em Madrid

[observação da Alê: acabo de enviar esse belo texto a todos os senadores. Acho que a lista está um pouco defasada mas se alguém quiser me ajudar e corrigir, agradeço! E aí, vamos nos mobilizar?]

acm@senador.gov.br, adelmir.santana@senador.gov.br, alfredon@senador.gov.br, almeida.lima@senador.gov.br, alvarodias@senador.gov.br, antval@senador.gov.br, arthur.virgilio@senador.gov.br, augusto.botelho@senador.gov.br, cesarborges@senador.gov.br, cicero.lucena@senador.gov.br, cristovam@senador.gov.br, crivella@senador.gov.br, delcidio.amaral@senador.gov.br, demostenes.torres@senador.gov.br, ecafeteira@senador.gov.br, edison.lobao@senador.gov.br, eduardo.azeredo@senador.gov.br, eduardo.suplicy@senador.gov.br, efraim.morais@senador.gov.br, eliseuresende@senador.gov.br, expedito.junior@senador.gov.br, fatima.cleide@senadora.gov.br, fernando.collor@senador.gov.br, flavioarns@senador.gov.br, flexaribeiro@senador.gov.br, francisco.dornelles@senador.gov.br, garibaldi.alves@senador.gov.br, geraldo.mesquita@senador.gov.br, gerson.camata@senador.gov.br, gilvamborges@senador.gov.br, heraclito.fortes@senador.gov.br, ideli.salvatti@senadora.gov.br, inacio.arruda@senador.gov.br, j.v.claudino@senador.gov.br, jarbas.vasconcelos@senador.gov.br, jayme.campos@senador.gov.br, jefperes@senador.gov.br, joaodurval@senador.gov.br, joaoribeiro@senador.gov.br, joaquim.roriz@senador.gov.br, jonaspinheiro@senador.gov.br, jose.agripino@senador.gov.br, jose.maranhao@senador.gov.br, josenery@senador.gov.br, jtenorio@senador.gov.br, katia.abreu@senadora.gov.br, leomar@senador.gov.br, lucia.vania@senadora.gov.br, magnomalta@senador.gov.br, maosanta@senador.gov.br, marco.maciel@senador.gov.br, marconi.perillo@senador.gov.br, maria.carmo@senadora.gov.br, marinasi@senado.gov.br, mario.couto@senador.gov.br, marisa.serrano@senadora.gov.br, mercadante@senador.gov.br, mozarildo@senador.gov.br, neutodeconto@senador.gov.br, osmardias@senador.gov.br, papaleo@senador.gov.br, patricia@senadora.gov.br, paulo.duque@senador.gov.br, paulopaim@senador.gov.br, raimundocolombo@senador.gov.br, renan.calheiros@senador.gov.br, renatoc@senador.gov.br, romero.juca@senador.gov.br, romeu.tuma@senador.gov.br, rosalba.ciarlini@senadora.gov.br, roseana.sarney@senadora.gov.br, sarney@senador.gov.br, sergio.guerra@senador.gov.br, sergio.zambiasi@senador.gov.br, serys@senadora.gov.br, siba@senador.gov.br, simon@senador.gov.br, tasso.jereissati@senador.gov.br, tiao.viana@senador.gov.br, valdir.raupp@senador.gov.br, valterpereira@senador.gov.br, wellington.salgado@senador.gov.br

Fonte: O Escrevinhador

::


Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: